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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Assunto de Pobre

Quem nunca fez algum ítem desses?



Ocorrência
1 Tomar cerveja em copo de requeijão.
2 Esquentar a ponta da bic para ver se ela volta a funcionar.
3 Andar pendurado na porta do ônibus.
4 Lamber a tampa metálica do iogurte.
5 Colocar bombril na antena da televisão.
6 Colocar sunga, maiô ou biquíni e tomar sol na laje ou atrás da casa.
7 Correr atrás do guarda-sol na praia, gritando: “pega, pega”.
8 Entrar de loja em loja olhando os preços e dizer ao vendedor: “Só estou dando uma olhadinha”.
9
10 Ir ao estádio de futebol, entrar na geral e pular para as cadeiras numeradas.
11
12 Fazer jogo de futebol com times camisa e sem camisa.
13 Ficar balançando lâmpada queimada para ver se ela volta a funcionar.
14
15 Ir para o trabalho de bicicleta e dizer que é para entrar em forma.
16 Aproveitar garrafas plásticas de refrigerante e colocar água na geladeira.
17
18 Acender latinha com álcool no banheiro nos dias frios.
19 Secar tênis atrás da geladeira.
20 Receber visita e mostrar a casa toda.
21 Decorar vaso com flor de plástico.
22 Guardar refrigerante com uma colher na boca para não perder o gás.
23
24 Comprar carro novo e não tirar o plástico do banco só para dizer que é novo.
25
26 Amarrar cachorro com fio de luz.
27 Lamber a ponta da borracha para apagar o erro.
28 Usar pregador de roupa para fechar sacos de arroz, açúcar, macarrão, etc...
29
30 Jogar algodão na árvore de natal para dar efeito de neve.
31 Passar cuspe no cotovelo para amaciar.
32 Guardar sobras de sabonete para fazer uma bola só.
33 Convidar amigos para um churrasco no seu aniversário e mandar cada um levar uma coisa.
34
35 Consertar tira de sandália havaiana com grampeador.
36 Enfeitar a estante da sala com lembranças de casamento.
37 Passar fio dental e depois cheirar para ver se o dente está com mau cheiro.
38
39 Tirar cera do ouvido com a chave do carro ou com a tampa da caneta.
40
41 Fazer a barra da calça com fita crepe.
42 Sair correndo para pegar um ônibus que já está saindo do ponto.
43 Subir na laje para mexer na antena e ficar gritando: “Melhorou?”.
44 Guardar cueca velha para passar cera no carro.
45 Ir ao restaurante e antes de fazer o pedido perguntar se aceita ticket.
46

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Visão crítica das eleições 2010

Serve e muito, para os que já decidiram também:

Esta mensagem é dedicada a você, eleitor consciente e crítico, cujo voto é fundamentado em argumentos, que ainda está indeciso.

Ela é dividida em tópicos para facilitar: você pode ir direto onde lhe interessa.

Tudo o que será exposto nesta mensagem terá dados e respectivas fontes (clique nos links), diferentemente de tantos spams eleitorais e correntes apócrifas que surgem por aí.

Se você discordar de algo - o que é perfeitamente legítimo - o debate poderá se dar em cima de evidências, em vez de boatos e achismos. Cada topico está explicado nos equivalentes em baixo.

Os argumentos defendidos são:

Tópico 1: Não é verdade que houve "aparelhamento da máquina administrativa" na Era Lula;

Tópico 2: Não é verdade que "houve mais corrupção no governo Lula"; pelo contrário, os últimos 8 anos foram marcados por um combate inédito a esse mal;

Tópico 3: Não é verdade que "a economia foi bem no governo Lula só porque este não mudou a política econômica de FHC";

Tópico 4: Não é verdade que o governo Lula "enfraqueceu as instituições democráticas"; pelo contrário, hoje elas são muito mais vibrantes e sólidas;

Tópico 5: A campanha de José Serra é baseada nas fanáticas campanhas da direita norte-americana, daí o perigo de referendá-la com seu voto.


Boa leitura e boa reflexão: e um desejo para que a campanha, doravante, seja marcada pelo debate de projetos de país, propostas concretas e dados, não por calúnias, boatos e achismos.



Tópico 1: Não é verdade que houve "aparelhamento da máquina administrativa" na Era Lula;
Você já deve ter ouvido por aí, tantas vezes, que o PT e o governo Lula "aparelharam o Estado", usando dos cargos em comissão para empregar amigos, apaniguados e militantes, certo?

Pois bem, então lhe perguntamos: quantos são esses cargos em comissão no Poder Executivo federal? São 200 mil, 80 mil, 20 mil? Você faz ideia de qual é esse número preciso?

Primeiramente, acesse este documento aqui: o Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento, última edição, de julho deste ano.

Vejamos: na página 33, você pode ver que há hoje, no Executivo federal, um total de 570 mil servidores civis na ativa.

Os ocupantes de DAS (cargos de direção e assessoramento superior) são 21,6 mil (página 107).

Porém, os de recrutamento amplo, ou seja, aqueles que foram nomeados sem concurso, sem vínculo prévio com a administração, são quase 6 mil (página 109), ou pouco mais de 1% do total de servidores civis. Se você considerar apenas os cargos que são efetivamente de chefia (DAS 4, 5 e 6), não chegam a mil e quinhentos.

Parece bem menos do que se diz por aí, não é mesmo? Agora vamos lá: para que servem esses cargos? Não custa dizer o óbvio: em democracias contemporâneas, o grupo que ganha o poder via eleições imprime ao Estado as suas orientações políticas. Em alguns países, o número de comissionados é maior (caso dos EUA); em outros, menor (como na Inglaterra). É natural que seja assim.

O que dizem os estudos internacionais sérios sobre a máquina administrativa brasileira? Vá aqui e baixe um estudo da OCDE sobre o tema. No Sumário Executivo, você verá que o Brasil não tem servidores públicos em excesso, embora o contingente de servidores esteja em expansão e ficando mais caro; que há necessidade de servidores sim, para atender às crescentes demandas sociais; que uma boa gestão de RH é essencial para que isso se concretize; e que o governo federal deve ser elogiado pelos seus esforços em construir um funcionalismo pautado pelo mérito.

Vamos então falar de meritocracia? O que importa é que o governo Lula perseguiu uma política de realização de concursos e de valorização do servidor público concursado sem precedentes. Basicamente, com os novos concursos, a força de trabalho no serviço público federal retomou o mesmo patamar quantitativo de 1997. A maior parte dos cargos criados pelo PT, porém, foi para a área de educação: para as universidades e institutos técnicos já existentes ou que foram criados. Volte no Boletim Estatístico e veja a página 90, sobre as novas contratações em educação. Houve muitos concursos para Polícia Federal e advocacia pública, além de outras áreas essenciais para o bom funcionamento do Estado.

O governo Lula regulamentou os concursos na área federal (veja os arts.10 a 19 deste Decreto), recompôs as carreiras do ciclo de gestão, dotou as agências reguladoras de técnicos concursados (veja a página 92 do Boletim Estatístico), sendo que nos tempos de Fernando Henrique, elas estavam ocupadas por servidores ilegalmente nomeados.

E então? você ainda acha que houve inchaço da máquina pública? Dê uma olhada nos dados deste estudo aqui.

E os tucanos, que alegam serem exímios na gestão pública? O que têm para mostrar?

Nos tempos de FHC, o contingenciamento levou à sistemática não realização de concursos. Para atender às demandas de serviço, a Esplanada nos Ministérios se encheu de terceirizados, temporários e contratados via organismos internacionais, de forma ilegal e irregular. Eram dezenas de milhares deles. Em 2002, apenas 30 servidores efetivos foram nomeados! O governo Lula teve de reverter isso, daí a realização de tantos concursos públicos.

Você sabia? O Estado de São Paulo, governado por José Serra, tem proporcionalmente mais ocupantes de cargos em comissão por habitante do que o governo federal.

E os técnicos, concursados, como são tratados por lá? Bem, eles não estão muito felizes com o Serra não.

Talvez porque as práticas que o PSDB mais condena no governo federal sejam justamente aquelas que eles praticam no governo estadual...



Tópico 2: Não é verdade que "houve mais corrupção no governo Lula do que no FHC"; pelo contrário, os últimos 8 anos foram marcados por um combate inédito a esse mal;
Muitos eleitores revelam a sua insatisfação com o governo Lula enumerando casos como o mensalão, as sanguessugas, Erenice Guerra, Waldomiro Diniz, Correios. Porém, uma memória que não seja curta pode se lembrar de casos como SUDAM, SUDENE, Anões do Orçamento, mensalão da reeleição, SIVAM, etc, para ponderar que mais do que exclusividade deste ou daquele governo, escândalos de corrupção são um mal da nossa cultura política.

Cientistas sociais sabem que é muito difícil "medir" a corrupção. Como a maior parte dela nunca vem à tona, não chega a ser descoberta, noticiada e investigada, nunca se tem uma noção clara do quanto um governo é realmente corrupto. O que importa, então, é o que um governo faz para combater essa corrupção. E nisso, o governo Lula fica muito bem na fita.

Vamos começar pela Polícia Federal. Logo no início do governo, foi feita uma limpeza no órgão (até a revista Veja chegou a publicar uma elogiosa reportagem de capa). Desde então, foram realizados uma série de megaoperações contra corruptos, traficantes de drogas, máfias de lavagem de dinheiro, criminosos da Internet e do colarinho branco (veja uma relação dessas operações aqui). Só em 2009, foram 281 operações e 2,6 mil presos. Desde 2003, foram quase dois mil servidores públicos corruptos presos. Quem compara os números não pode negar que a PF de FHC não agia, e que a PF de Lula tem uma atuação exemplar.

E a Controladoria-Geral da União? Inicialmente, FHC criou a tímida Corregedoria-Geral da União. Foi Lula que, a partir de 2003, realizou concursos públicos para o órgão e expandiu sua atuação. Hoje, a CGU é peça-chave no combate à corrupção. Graças ao seu trabalho, quase 3 mil servidores corruptos já foram expulsos. A CGU contribuiu no combate ao nepotismo e zela pelo emprego das verbas federais via sorteios de fiscalização. E o Portal da Transparência, você conhece? Aquele "escândalo" do mau uso dos cartões corporativos só apareceu na imprensa porque todos os gastos das autoridades estavam acessíveis a um clique do mouse na Internet.

Vamos ficar nesses casos, mas poderíamos citar muitos outros: o fortalecimento do TCU como órgão de controle, um Procurador-Geral da República que não tem medo de peitar o governo (o do FHC era chamado de "engavetador-geral da República", lembra-se?), o Decreto contra o nepotismo no Executivo Federal. Numa expressão, foi o governo Lula quem "abriu a tampa do esgoto".

Se uma pessoa acreditar menos numa mídia que é claramente parcial, e mais nas evidências, a frase "o governo Lula foi o mais republicano da nossa história" deixará de parecer absurda. Que tal abrir a cabeça para isso?


Tópico 3: Não é verdade que "a economia foi bem no governo Lula só porque este não mudou a política econômica de FHC";
Quando se fala em política macroeconômica implantada por FHC, refere-se geralmente ao tripé câmbio flutuante, regime de metas de inflação e superávit primário. Vamos poupar o leitor do economês: basicamente, o preço do real em relação ao dólar não é fixo, flutuando livremente; o Banco Central administra os juros para manter a inflação dentro de um patamar; e busca-se bons resultados nas transações com o exterior para pagar as contas do governo.

Nem sempre foi assim, nem mesmo no governo FHC: até 1998, o câmbio era fixo. Todo mundo se lembra que, em janeiro de 1999, o dólar, que valia pouco mais de um real, valorizou subitamente para quatro reais. Talvez não se lembre que isso ocorreu porque FHC tinha mantido artificialmente o câmbio fixo durante 1998, para ganhar a sua reeleição - que teve um custo altíssimo para o país - e logo depois, vitorioso, mudou o regime cambial (no que ficou conhecido como "populismo cambial"). O regime de metas de inflação foi adotado só depois disso. Ou seja, FHC não só não adotou uma mesma política macroeconômica o tempo em que esteve no Planalto, como também deu um "cavalo-de-pau" na economia, que jogou o Brasil nos braços do FMI, para ser reeleito.

Que política macroeconômica de FHC então é essa, tão "genial", que o Lula teria mantido? A estabilidade foi mantida, sim, e a implementação do Plano Real pode ser atribuída ao governo FHC (embora Itamar Franco, hoje apoiador de Serra, discorde disso).

Mas Lula fez muito mais do que isso. A inflação não voltou: as taxas de inflação foram mantidas, entre 2003 e 2008, num patamar inferior ao do governo anterior. E com uma diferença: a estagnação econômica foi substituída por taxas de crescimento econômico bem maiores, com redução da dívida pública.

A alta do preço das commodities no mercado externo favoreceu esse quadro (reduzindo a inflação de custos), mas não foi tudo. O crescimento da economia também foi favorecido pelo crescente acesso ao crédito: em 2003, foi criado o crédito consignado, para o consumo de massa de pessoas físicas - e deu certo, puxando o crescimento do PIB; o BNDES se tornou um agente importantíssimo na concessão de crédito de longo prazo (veja esta tabela), induzindo outros bancos a paulatinamente fazerem o mesmo.

Os aumentos reais do salário mínimo e os benefícios do Bolsa Família foram decisivos para uma queda da desigualdade social igual não se via há mais de 40 anos: foi a ascensão da classe C.

Isso tudo é inovação em relação à política econômica de FHC.

E quando bateu a crise? Aí o governo Lula foi exemplar. Ao aumentar as reservas em dólar desde o princípio do governo, dotou o país de um colchão de resistência essencial. Os aumentos reais do salário mínimo e o bolsa família possibilitaram que o consumo não se retraísse e a economia não parasse - o mercado interno segurou as pontas enquanto a crise batia lá fora. E, seguindo o receituário keynesiano - num momento em que os economistas tucanos sugeriam o contrário - aumentou os gastos do governo como forma de conter o ciclo de crise. Deu certo. E a receita do nosso país virou motivo de admiração lá fora.

No meio da pior crise global desde a de 1929, o Brasil conseguiu criar milhões de empregos formais. Provamos que é possível crescer, num momento de crise, respeitando direitos trabalhistas, sendo que a agenda do PSDB era flexibilizá-los para, supostamente, crescer.

Você ainda acha que tucanos são ótimos de economia e petistas são meros imitões?

Então vamos ao argumento mais poderoso: imagens valem como mil palavras.

Dedique alguns minutos a este vídeo, e depois veja se você estaria feliz se Serra fosse presidente quando a crise de 2008/2009 tomou o Brasil de assalto.

Se você tem mais interesse nessa discussão, baixe este documento aqui e veja como andam os indicadores econômicos do Brasil neste período de crescimento, inflação baixa e geração de empregos.



Tópico 4: Não é verdade que o governo Lula "enfraqueceu as instituições democráticas"; pelo contrário, hoje elas são muito mais vibrantes e sólidas;
Mostramos no tópico 2 que os órgãos de controle e combate à corrupção se fortaleceram no governo Lula. Além deles, os outros Poderes continuaram sendo independentes do Executivo. O Legislativo não deixou de ser espaço de oposição ao governo (que Arthur Virgílio não me deixe mentir), e lhe impôs ao menos uma derrota importante. O Judiciário... bem, além de impor ao governo derrotas, como no caso da Lei de Anistia, está no momento julgando o caso do mensalão, o que dispensa maiores comentários.

E a imprensa? Ela foi silenciada, calada, em algum momento? Uma imagem vale por mil palavras - clique aqui.

O que se vê, na verdade, é o oposto. Foi o Estadão, que se diz guardião da liberdade, quem censurou uma articulista por escrever este texto, favorável ao voto em Dilma.

Neste vídeo, uma discussão sobre as verdadeiras ameaças à liberdade de expressão.

Sobre democracia, é impossível não abordar um tema que foi tratado à exaustão neste ano de 2010: o terceiro Plano Nacional dos Direitos Humanos, PNDH-3.

Muito se escreveu sobre seu caráter "autoritário", sobre a "ameaça" que ele representaria à democracia. Pouco se escreveu sobre o fato de ele ser não uma lei, mas um Decreto do Poder Executivo, incapaz, portanto, de gerar obrigações em relação a terceiros. Não se falou que se tratava de uma compilação de futuros projetos de governo, que teriam que passar pelo crivo do Poder Legislativo. Não foi mencionado que ele não partiu do governo, mas de uma Conferência Nacional, que reuniu os setores da sociedade civil ligados ao tema. E pior, a imprensa deliberadamente omitiu que seus pontos polêmicos já estavam presentes nos Planos de Direitos Humanos lançados no governo FHC.

Duvida? Leia este texto e este aqui. Ou ainda, veja com seus próprios olhos: neste link, os três PNDH's.

Olha lá, por exemplo, a temática do aborto no PNDH-2, de 2002 (itens 179 e 334).

Por fim: você realmente acha que um governo que traz a sociedade civil para discutir em Conferências Nacionais, para, a partir delas, formular políticas públicas, é antidemocrático? Pense nisso.



Tópico 5: A campanha de José Serra é baseada nas fanáticas campanhas da direita norte-americana, daí o perigo de referendá-la com seu voto.
Quem acompanhou as eleições de 2004 e 2008 para a Presidência dos Estados Unidos sabe quais golpes baixos o Partido Republicano - aquele mesmo, conservador, belicista, ultrarreligioso - utilizou para tentar desqualificar os candidatos do Partido Democrata. Em 2004, John Kerry foi pintado como o "flip flop", o "duas caras". Em 2008, lançaram-se dúvidas sobre a origem de Obama: questionaram se ele era mesmo americano, ou se era muçulmano, etc. Em comum, uma campanha marcada pelo ódio, pela boataria na Internet, pela disseminação do medo contra o suposto comunismo dos candidatos da esquerda e a ameaça que representariam à democracia e aos valores cristãos.

Você nota aí alguma coincidência com a campanha de José Serra, a partir de meados de setembro de 2010?

Não?

Então vamos compilar algumas acusações, boatos e promessas que surgiram nas ruas, na internet, na televisão e nos jornais, com o objetivo de desconstruir a imagem da candidata adversária, ao mesmo tempo em que tentam atrair votos com base em mentiras e oportunismo.

Campanha terceirizada:
Panfletos pregados em periferias associaram a candidatura de Dilma a tudo o que, na ótica conservadora, ameaça a família e os bons costumes;
Panfletos distribuídos de forma apócrifa disseram que Dilma é assassina, terrorista e bandida, com argumentos dignos da época da Guerra Fria;
E você acha que isso foi iniciativa isolada de apoiadores, sem vínculo com o comando central da campanha? Sinto lhe informar, mas não é o caso: é o PSDB mesmo que financiou e fomentou esse tipo de campanha de baixo nível.

Oportunismo religioso:
- José Serra distribuiu panfletos em igrejas, associando seu nome a Jesus Cristo;
- José Serra pagou campanhas de telemarketing para associar o nome de Dilma ao aborto;
- Até hino em igreja evangélica o Serra cantou;
- José Serra começou a ir a missas constantemente, de forma tão descarada que chamou atenção dos fiéis;

Promessas de campanha oportunistas:
- O PSDB criticou o Bolsa Família durante boa parte do governo Lula; mas agora, José Serra propõe o 13º do Bolsa Família;
- O PSDB defende a bandeira da austeridade fiscal e da contenção dos gastos públicos - foi no governo FHC que se criou o "fator previdenciário"; mas para angariar votos, Serra prometeu um salário mínimo de 600 reais e reajuste de 10% para os aposentados;
- O PSDB criticou o excesso de Ministérios criados por Lula, mas nesta campanha, Serra já falou que vai criar mais Ministérios;
- O DEM do vice de Serra ajuizou ação no STF contra o ProUni, mas agora diz que defende o programa;
- O PSDB se pintou de verde para atrair os eleitores de Marina no 1º turno, mas é justamente o partido de preferência da bancada ruralista e dos desmatadores da Amazônia;

Incoerência nas acusações:
- Serra acusou a Dilma de ser duas caras, mas ele mesmo entrou em contradição sobre suas relações com o assessor Paulo Preto; Video
- Serra tentou tirar votos de Dilma dizendo que ela era favorável ao aborto, sendo que ele, como Ministro, regulamentou a prática no SUS;
- Mônica Serra chamou Dilma de "assassina de crianças", sendo que ela mesma já teve que promover um aborto;
- José Serra nega que seja privatista, mas já foi defensor das privatizações, tendo o governo FHC a deixado a Petrobras em frangalhos;
- Serra acusa Dilma de esconder seu passado, mas ele mesmo esconde muita coisa;
- A campanha de Serra lança dúvidas sobre o passado de resistência de Dilma, mas omite que dois dos seus principais apoiadores, Fernando Gabeira e Aloysio Nunes Ferreira, pegaram em armas na resistência contra a ditadura, e que ele, Serra, também militou numa organização do tipo;
- Serra associa Dilma a figuras controversas como Renan Calheiros, Fernando Collor e José Sarney, mas esconde o casal Roriz, Roberto Jefferson, Paulo Maluf, ACM Neto, Orestes Quércia e outros apoiadores nada abonadores. Aliás, antes do Indio da Costa (que aliás pertence a uma família de tutti buona gente), quem era cotado para vice dele era o Arruda, do mensalão do DEM, lembra-se?

Isso sem citar os boatos que circulam nas ruas, nos ônibus, nas conversas de bar e entre taxistas.

E então: você ainda acha que a campanha de Serra é propositiva, digna, limpa? Um candidato que se vale de expedientes tão sujos para chegar ao poder merece o seu voto?



Por fim: então por que votar em Dilma Rousseff?

Se você está disposto a dar uma chance para Dilma nestas eleições e quer saber bons motivos para tanto, remetemos aos três textos abaixo.

http://napraticaateoriaeoutra.org/?p=7171

http://www.amalgama.blog.br/10/2010/para-voce-que-nao-votou-na-dilma/ (especialmente para quem votou em Marina no 1º turno)

http://www.revistaforum.com.br/blog/2010/10/10/frei-betto-dilma-e-a-fe-crista/ (se você acha que a questão religiosa importa, quando bem utilizada no debate eleitoral)

Boa leitura e boa reflexão: e um desejo para que a campanha, doravante, seja marcada pelo debate de projetos de país, propostas concretas e dados, não por calúnias, boatos e achismos.

sábado, 2 de outubro de 2010

Fluzão do meu coração VIII

1987-1999: Decadência e superação


O Flu conquistou, em 1987, a Copa Kirim, no Japão, em sua mais importante excursão à Ásia, disputando a final contra o Torino da Itália cuja grande estrela era o brasileiro Júnior. Perante cerca de 40.000 torcedores no Estádio Olímpico de Tóquio, o Flu venceu por 2 a 0 com gols de Washington e Tato. Nos outros jogos disputados, o Flu empatou com a Seleção do Japão por 0 a 0, empatou com o mesmo Torino da final por 1 a 1 e venceu a Seleção do Senegal por 7 a 0.

Em 1988 e 1991, o time tricolor chegou, mesmo com times fracos tecnicamente, embora bem organizados, às semifinais do Campeonato Brasileiro. No campeonato de 1988 foi desclassificado pelo Esporte Clube Bahia, após empatar por 0 a 0 no Maracanã e perder por 2 a 1 no Estádio da Fonte Nova, que neste dia recebeu o maior público de sua história (110.438 pagantes). Em 1991 o Flu foi desclassificado pelo Clube Atlético Bragantino, com uma derrota por 1 a 0 no Maracanã perante cerca de 70.000 tricolores e, já eliminado, um empate por 1x1 em Bragança Paulista. Curiosamente, o time do Bragantino era composto por muitos atletas formados no clube tricolor e que tinham participado da conquista da quinta Copa São Paulo de Juniores para o Fluminense em 1989. e o atacante Franklin, que marcou os gols do Bragantino nestes dois jogos.
Em 1992 o Flu chegou à final da Copa do Brasil contra o Inter, ganhando a primeira partida por 2 a 1 no Estádio de Laranjeiras, vindo a perder o segundo jogo por 1 a 0 no Estádio Beira-Rio com um pênalti no mínimo polêmico, marcado aos 42 minutos do segundo tempo.

Ainda se classificou por três anos para disputar a Copa Conmebol, um dos torneios que antecederam a atual Copa Sul-Americana. Em 1992, quando após ganhar do Atlético Mineiro por 2 a 1, perdeu a segunda por 5 a 1, em 1993, quando ganhou do mesmo adversário do ano anterior por 2 a 0 com o mando de campo e foi derrotado pelo mesmo resultado em Belo Horizonte, perdendo a vaga nos pênaltis, e, em 1996, quando perdeu para o Guarani do Paraguai por 3 a 1 em Assunção e empatou, no Rio de Janeiro, por 2 a 2.

O tricolor só voltou a ganhar um título relevante em 1995 na inesquecível decisão do Campeonato Estadual em um Fla-Flu emocionante com 120.418 espectadores (109.204 pagantes), em que Renato Gaúcho (o "Rei do Rio") fez o gol da vitória por 3 a 2, com a barriga,[46] ano em que o Fluminense também chegou de novo às semifinais do Campeonato Brasileiro. Neste estadual de 1995, Fluminense disputou 27 jogos, com 17 vitórias, 7 empates, 3 derrotas, 48 gols pró e 18 contra, ano do centenário do Clube de Regatas do Flamengo como clube, não como time de futebol, e o rubro-negro investira muito para conquistar este campeonato, mas nos 4 Fla-Flus disputados o Fluminense venceu 3 e empatou 1. No Campeonato Brasileiro de 1995 o Flu terminou em quarto, desclassificado nas semifinais pelo Santos Futebol Clube (4 a 1 e 2 a 5, cabendo lembrar que nesta época não havia o critério de desempate em que gols fora de casa valem o dobro).

Os anos seguintes foram muito difíceis para o Tricolor de Laranjeiras. Em 1996, após péssima campanha, o Fluminense seria rebaixado para a segunda divisão nacional, sendo salvo por uma manobra política da CBF que o manteve na elite, a fim de abafar um escândalo de arbitragens envolvendo outros clubes, conhecido como o Caso Ives Mendes, e que obrigaria a CBF a rebaixar os envolvidos, caso viessem a ter os seus pontos cassados, conforme a opinião pública previa.

O Flu porém não aprendeu a lição, e como não reforçou o seu time, acabou caindo em 1997 para o Campeonato Brasileiro Série B. Em 1998, o time foi novamente rebaixado, agora para o Campeonato Brasileiro Série C. Após disputar este campeonato contra uma maioria de clubes pequenos e em campos algumas vezes mal conservados, o time tricolor conquistou este título, começando, a partir deste momento, a reestruturar-se para voltar a formar grandes craques e conquistar títulos de expressão. No final de 1998, o time deu sinal de que o clube estava retomando o seu rumo, ao conquistar a Copa Rio, competição estadual que neste ano contou pela última vez com a presença dos grandes clubes cariocas, ao bater o São Cristóvão por 4 a 0 no jogo final. Em 9 jogos disputados, o Fluminense venceu todos, com 24 gols pró e apenas 4 contra.

O Fluminense conquistou este campeonato em 1999 ao vencer o Clube Náutico Capibaribe no Estádio dos Aflitos por 2 a 1, com 2 gols de Roger para o Flu, descontando Rogério Capixaba para o alvi-rubro pernambucano. A campanha do Fluminense teve 22 jogos, com 14 vitórias, 3 empates e 5 derrotas, 37 gols a favor e 21 contra e o artilheiro tricolor nesta competição foi Roni, com 6 gols. Neste ano, o Flu havia contratado o técnico Carlos Alberto Parreira, e, com ele, além de ganhar o Campeonato Brasileiro Série C, criou o Vale das Laranjeiras,[47] centro de formação de jogadores de futebol das Categorias de Base no distrito de Xerém, em Duque de Caxias, aço de 130.000 metros quadrados


2000-2006: A volta por cima


Estádio Mário Filho, o Maracanã, onde o Fluminense tem o mando dos seus jogos.

Em 2000, quando se preparava para a disputa da segunda divisão, um problema jurídico entre clubes da Série A impediu a realização do Campeonato Brasileiro, sendo criada a Copa João Havelange pelo Clube dos Treze. Na organização deste campeonato, optou-se pelo critério de convite aos clubes participantes, com o Tricolor de Laranjeiras, por conta de suas boas participações em campeonatos como a Copa do Brasil e o Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, além dos grandes públicos que compareciam aos seus jogos no Campeonato Brasileiro Série C, foi convidado, e assim como o Bahia que não estava então na primeira divisão, incluído entre os participantes.

A equipe teve uma boa participação e, após ficar em terceiro na primeira fase, caiu nas oitavas-de-final da competição contra o São Caetano, perante 56.504 tricolores, terminado este campeonato em nono lugar. Assim como o São Caetano, que disputou o campeonato na divisão inferior e teve a possibilidade de chegar até à final da disputa entre os clubes principais, o Fluminense e o Bahia permaneceram na primeira divisão no ano seguinte, numa virada de mesa comum no Século XX e que beneficiaram outros clubes no decorrer de sua história. Na Copa do Brasil deste ano, o Fluminense terminou na quinta colocação.

No Torneio Rio-São Paulo de 2001 o Fluminense terminou em quarto lugar e no Campeonato Brasileiro deste ano em terceiro.

O Fluminense conquistou o Campeonato Carioca de 2002, apelidado de Caixão pela imprensa, que estava boicotando esse campeonato, ao vencer o Americano por 2 a 0 e por 3 a 1 nos jogos finais, o último assistido por cerca de 37.000 pessoas (26.663 pagantes), em campeonato altamente desmotivado, disputado sem a cobertura da imprensa, com a fase final sendo realizada durante a Copa do Mundo de 2002 e com os grandes clubes utilizando seus elencos reservas nas fases iniciais pois disputavam o Torneio Rio-São Paulo. Tendo sido campeão carioca no dia 27 de Junho, três dias antes da Seleção Brasileira ganhar a Copa do Mundo deste ano, a torcida tricolor aproveitou para fazer a festa do título carioca no ano do centenário do Fluminense justamente neste dia e em muitos lugares do Grande Rio de Janeiro, haviam tantas camisas tricolores quanto brasileiras neste dia festivo. A campanha tricolor em 28 jogos teve 14 vitórias, 5 empates e 9 derrotas, com 45 gols a favor e 33 contra.

Neste ano de 2002, o Fluminense comemorou o seu centenário com grandes eventos praticamente o ano inteiro.[48][49] O grande presente para a torcida foi a contratação do jogador Romário, que, logo em sua estreia, brilhou no Campeonato Brasileiro contra o Cruzeiro, quando o Flu venceu por 5 a 1 com cerca de 70.000 tricolores em festa. O Fluminense terminou este campeonato em quarto lugar. Neste ano, Romário jogou bem e fez muitos gols, embora tenha se indiposto com o outro goleador do time, Magno Alves, que depois acabou saindo do clube para brilhar na Coreia do Sul e no Japão. Com o passar dos anos, Romário foi caindo de produção e, em 2003, já não esteve bem no Campeonato Brasileiro.

No ano de 2003, o tricolor disputou a Copa Sul-Americana pela primeira vez, vencendo o Corinthians por 2 a 0, o Atlético Mineiro também por 2 a 0 e veio a cair na segunda fase ao perder para o São Paulo por 1 a 0 no Morumbi e empatar, no Rio de Janeiro, por 1 a 1.

A melhor performance do Fluminense em 2004 foi no Campeonato Brasileiro, quando chegou em nono lugar.

O Fluminense teve grandes momentos durante o ano de 2005 e, após perder o primeiro jogo das finais para o Volta Redonda Futebol Clube por 4 a 3, conquistou o Campeonato Carioca com 70.830 tricolores (63.762 pagantes) comparecendo ao segundo jogo final em que o Flu ganhou por 3 a 1.[50] O Fluminense classificou-se para as finais contra o Volta Redonda, campeão da Taça Guanabara, ao vencer o Flamengo por 4 a 1 na decisão da Taça Rio perante 74.650 torcedores (65.672 pagantes) com uma grande atuação. Neste campeonato, em 15 jogos o Fluminense obteve 8 vitórias, 3 empates e 4 derrotas, com 40 gols pró e 22 contra.

Em 2005, o Fluminense também chegou à sua segunda final da Copa do Brasil, perdendo o título para o Paulista de Jundiaí ao empatar por 0 a 0, com o jogo sendo disputado no Estádio de São Januário perante 25.000 torcedores, já que o Maracanã estava em reformas, assim como já acontecera em 1992, quando o Fluminense não teve a oportunidade de usar o Maracanã na Copa do Brasil, estádio onde manda a maioria de seus jogos . Desfalcado, o Flu havia entrado com vários reservas no primeiro jogo desta final, perdendo para o Paulista em Jundiaí por 2 a 0. No Campeonato Brasileiro a equipe tricolor chegou em quinto lugar.

Na Copa Sul-Americana daquele ano, o Fluminense também fez boa campanha, só caindo nas quartas-de-finais para o Universidad Católica, a quem ganhou por 2 a 1 no Rio de Janeiro, perdendo por 2 a 1 em Santiago do Chile. Em 6 jogos nesta Copa Sul Americana, o Fluminense obteve 3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas, 8 gols pró e 7 contra.

No ano de 2006, apesar de ter um elencos forte tecnicamente, o Fluminense sofreu com graves erros de gestão, por conta de falta de um planejamento adequado, fazendo com que o clube trocasse seis vezes de técnico, o que levou o Fluminense a ter um rendimento insatisfatório no futebol profissional, muito parecido com o ano de 2003, quando, após as grandiosas comemorações de seu centenário no ano anterior, o Fluminense começou a sua preparação mais tarde do que os clubes que tiveram sucesso naquele ano e por isto mesmo teve inúmeros problemas de contusão em seu elenco profissional por preparação física inadequada e depois tentativas passionais em sua gestão visando tentar corrigir os erros anteriores.

Em 2006, na Copa Sul-Americana, disputou a primeira fase contra o Botafogo, vindo a se classificar nos pênaltis após dois empates por 1 a 1. Na fase seguinte o Fluminense acabou eliminado pelo Gimnasia y Esgrima de La Plata, da Argentina, ao empatar o primeiro jogo por 1 a 1 e perder o seguinte na casa do adversário por 2 a 0.

Nas 4 Copas Sul Americanas disputadas por clubes brasileiros entre 2003 e 2006, o Fluminense disputou 3, contabilizando 5 vitórias, 5 empates e 4 derrotas, 18 gols pró e 11 contra, sendo até então o quarto clube brasileiro que mais pontuou na história desta competição. A melhor campanha tricolor foi em 2005, quando caiu nas quartas-de-finais, terminando em quinto lugar. Até este último jogo da Copa Sul-Americana contra o Gimnasia, no período entre 1968 e 2006, o Fluminense disputou 149 partidas contra clubes ou Seleções estrangeiras (desconsiderando jogos contra clubes brasileiros no exterior ou em competições internacionais nestas estatísticas), com 76 vitórias, 37 empates, 34 derrotas, 291 gols a favor e 183 contra.

2007-2009: O título da Copa do Brasil e os vices na Copa Libertadores da América e na Copa Sul-Americana


O Fluminense refez o seu time em 2007 a após um péssimo Campeonato Carioca chegou à sua terceira final da Copa do Brasil, desta vez sendo campeão contra o Figueirense, ao vencer o segundo jogo da decisão por 1 a 0 em Florianópolis (com gol de Roger), após ter empatado o primeiro jogo decisivo por 1 a 1 no Rio de Janeiro, com todos os 64.669 ingressos colocados à venda no Maracanã tendo sido vendidos com antecedência de 48 horas, já que o grande estádio ainda está finalizando as obras para fazer parte do complexo esportivo dos Jogos Pan-americanos de 2007 e ainda não tinha condições para atender a sua capacidade máxima de cerca de 90.000 espectadores, como ocorreu após o fim das reformas. Para chegar ao título de campeão da Copa do Brasil, o Fluminense passou pela Adesg (2 a 1 e 6 a 0), América Futebol Clube (RN) (0 a 1 e 2 a 1), Bahia (1 a 1 e 2 a 2), Atlético Paranaense (1 a 1 e 1 a 0), Brasiliense (4 a 2 e 1 a 1) e Figueirense (1 a 1 e 1 a 0), com isto classificando-se para disputar a Taça Libertadores da América em 2008. Adriano Magrão e Alex Dias foram os artilheiros tricolores nesta competição, com 4 gols cada um.

Ao final da Copa do Brasil de 2007, o Fluminense totalizou 91 jogos na história desta competição, com 48 vitórias, 26 empates e 18 derrotas, 166 gols pró e 103 contra, tendo estado presente em 14 edições, sendo esta a sétima melhor performance entre os clubes que já disputaram o segundo torneio mais importante do Brasil até 2007. As maiores vitórias tricolores até então foram de 6 a 0 contra a Adesg na campanha de 2007 e de igual placar sobre o Maranhão Atlético Clube em 4 de Maio de 2000.

No dia 12 de Maio de 2007, a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro aprovou lei que declara o dia 21 de Julho como o Dia do Fluminense e dos Tricolores, não por acaso o dia da fundação do clube.[51]

No Campeonato Brasileiro de 2007 o Fluminense terminou em quarto lugar, sendo esta a nona vez que o Tricolor terminou entre os quatro primeiros colocados deste campeonato, a melhor performance de um clube do Estado do Rio de Janeiro neste quesito. Considerando-se o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, precursor deste campeonato, esta seria a décima vez. Thiago Neves, o seu camisa 10, ganhou a Bola de Ouro da revista PLACAR, como o melhor jogador desta edição, em que Thiago Silva também foi eleito, neste caso como um dos zagueiros para a seleção do campeonato.

Tendo terminado o Campeonato Carioca de 2008 em terceiro lugar, o Fluminense foi o clube que mais somou pontos entre todos os participantes da Copa Libertadores da América de 2008 na primeira fase desta competição, habilitando-se a disputar a segunda partida das demais fases eliminatórias, no Maracanã.

Na primeira fase o Fluminense superou a LDU (Equador, 0 a 0 e 1 a 0), o Arsenal de Sarandí (Argentina, 6 a 0 – maior goleada de um clube brasileiro sobre uma equipe argentina na história da Libertadores – e 0 a 2) e o Libertad (Paraguai, 2 a 1 e 2 a 0). Na segunda fase eliminou o Atlético Nacional (Colômbia, 2 a 1 e 1 a 0) e na terceira o São Paulo (Brasil, 0 a 1 e 3 a 1), quando um público de 72.910 pessoas compareceu ao Maracanã, sendo 68.191 pagantes) para ver o uma das partidas mais marcantes do torneio em que o o Flu vencia por 2 a 1 placar que era favorável ao time paulista, Washington fez de cabeça aos 46 minutos do 2º tempo classificando assim o Flu. Na quarta fase, o Fluminense disputou as semifinais contra o Boca Juniors, da Argentina, obtendo empate por 2 a 2 na primeira partida em Buenos Aires, e vitória por 3 a 1 no jogo de volta no Maracanã, perante 84.632 torcedores (78.856 pagantes), classificando-se para a final contra a LDU, com quem já jogou na primeira fase desta competição, em um grupo que era chamado pela imprensa internacional de Grupo da Morte, pela competitividade dos clubes participantes.

Na primeira partida da fase decisiva, no Estádio Casablanca, em Quito, a LDU venceu o Fluminense por 4 a 2. Enquanto aguardava-se a partida de 2 de julho no Maracanã, os 78.918 ingressos colocados à venda foram esgotados em poucas horas de venda ainda no dia 23 de junho, batendo o recorde brasileiro de renda em partidas entre clubes, tendo sido arrecadados R$ 3.910.044,00 apenas com a venda de entradas. Após uma excelente partida, perante 86.027 torcedores presentes,o Fluminense derrotou o adversário por 3 a 1, com três gols de Thiago Neves (primeiro jogador a fazer três gols numa final de Libertadores), levando a decisão para os pênaltis, quando foi derrotado por 3 a 1.[52] Essa mesma final foi considerada a final com mais gols da história da Copa Libertadores da América; 10 gols anotados nas duas partidas, desconsiderando a disputa por penaltis.

Apesar da derrota na final, o apoio dos torcedores ao time foi incondicional, vista a excelente campanha do time no campeonato mais importante para os clubes sul-americanos. Ressalta-se, portanto, que em 9 anos o Fluminense carioca passou da Série C para a final da Libertadores, resgatando o prestígio que o clube sempre teve, exceto na segunda metade da década de 1990, um período curto, mas difícil para os tricolores.

No Campeonato Brasileiro de 2008, tendo optado por disputar metade do campeonato com o time reserva para priorizar a disputa da Copa Libertadores da América, o time lutou contra o rebaixamento até a penúltima rodada, onde arrancou um empate com o São Paulo no Morumbi por 1 a 1, acabando com as possibilidades de rebaixamento.

Na última rodada, a torcida tricolor levou 51.172 torcedores presentes contra o Ipatinga (MG), para ver a despedida de Thiago Silva, carinhosamente chamado de "mostro" pelos torcedores, devido sua grandeza e garra em campo. Com o empate por 1 a 1 o Fluminense terminou o campeonato na 14ª posição classificando-se para a Copa Sul-Americana de 2009, e o seu atacante Washington terminou como artilheiro desta edição do Campeonato Brasileiro, tendo marcado 21 gols.

O seu zagueiro Thiago Silva foi eleito o melhor zagueiro-central do Campeonato Brasileiro de 2008 e ainda ganhou o CRAQUE DA GALERA estabelecido pelo Globoesporte.com, como o melhor jogador deste campeonato, eleito por voto popular com 1.252.073 votos, cerca de 47% do total apurado.

Em 2009, com sucessivas trocas de técnicos e chegada constante de novos jogadores durante as competições, o Fluminense apresentou uma campanha bastante irregular, terminando o Campeonato Carioca em quarto, mas fazendo história na Copa do Brasil ao se tornar o oitavo clube a completar 100 jogos nesta competição (51 vitórias, 29 empates e 20 derrotas, 179 gols pró e 111 contra), no empate por 2 a 2 contra o Sport Club Corinthians Paulista, que seria o campeão desta competição, perante 68.158 torcedores presentes, vindo a terminar esta competição em sexto lugar.


2009-2010: "O Time de Guerreiros"


No Campeonato Brasileiro o time apresentava um desempenho sofrível, mas ao vencer o Avaí Futebol Clube por 3 a 2 em 27 de setembro passou a vencer a maioria de seus jogos e reanimou a sua torcida, que jogo após jogo, foi aumentando a sua presença nos estádios, chegando a levar 66.884 torcedores ao Maracanã na vitória sobre o Palmeiras por 1 a 0 em 8 de novembro, 55.030 na semana seguinte, na vitória de 2 a 1 contra o Clube Atlético Paranaense e 55.083 na vitória de 4 a 0 contra o Esporte Clube Vitória em 29 de novembro, quando conseguiu sair da zona de rebaixamento após 27 rodadas. Ao empatar com o Coritiba por 1 a 1 no Estádio Couto Pereira na última rodada, após manter-se invicto nos últimos 11 jogos por essa competição, o Flu escapou do rebaixamento, o que desencadeou violentas manifestações no estádio após o jogo, com dezenas de pessoas feridas, pelo rebaixamento deste clube parananense.

Enquanto isso, pela Copa Sul-Americana o Fluminense completou 24 jogos de invencibilidade em competições da Conmebol com o mando de campo (a última derrota aconteceu contra o Argentinos Juniors em 5 de agosto de 1985,[53] clube que seria o campeão desta edição da Libertadores, ou 27 jogos, caso sejam considerados os jogos no Rio contra Vasco, Botafogo e Flamengo neste período, com o mando de campo dos adversários) após eliminar o Flamengo, golear o Alianza Atlético (Peru) por 4 a 1, em 1 de outubro, vencer o Universidad do Chile por 1 a 0, em 5 de novembro e o Cerro Porteño por 2 a 1 em 18 de novembro.

Nas semifinais, o Fluminense enfrentou o Cerro Porteño do Paraguai, tendo vencido a primeira partida em Assunção, por 1 a 0. Como acontecera na vitória sobre o Club de Fútbol Universidad de Chile, quando os torcedores locais atiraram objetos no time tricolor, os torcedores do Cerro atiraram pedras nos jogadores do Flu, vindo a ferir um policial local. Na partida de volta no Estádio do Maracanã, nova vitória, agora por 2 a 1, com os desesperados paraguaios arrumando briga ao final do jogo, que teve 41.816 espectadores presentes.[54]

Na final, o Fluminense enfrentou a LDU do Equador, mesmo adversário da decisão da Copa Libertadores da América de 2008, tendo perdido a primeira partida na altitude de Quito, por 5 a 1, precisando ganhar de 4 gols de diferença na partida de volta para levar a decisão para a prorrogação. Na partida do Maracanã, o Flu ganhou por 3 a 0 perante 69.565 torcedores presentes, tendo tido ainda um gol anulado em mais uma arbitragem de final continental polêmica, saindo de campo bastante aplaudido pela sua grande atuação,daí surgiu a alcunha:"Time de guerreiros". Pela segunda vez, a disputa entre as duas equipes acabou em outra final com mais gols na história da competição: 9 gols nas duas partidas.

A última partida do ano contra o Coritiba, na cidade de Curitiba, era um dos jogos decisivos para definir o rebaixamento, e foi um jogo dramático. Com a vitória do Botafogo sobre o Palmeiras, o empate assegurava ao Fluminense a permanência na primeira divisão de 2010, enquanto o Coritiba necessitava da vitória para se salvar. O Flu começou marcando com um gol legítimo de Fred, porém não validado pela arbitragem. Marquinho, de falta, abriu o placar para o tricolor, com o Coritiba conseguindo o empate, que decretou o resultado final de 1 a 1. Com o resultado, o Fluminense atingiu seu objetivo de permanecer na série A, consagrando uma das mais belas reações já vistas no futebol, visto que chegou a ter calculado pelos estatísticos 98,3% de possibilidades de cair, não podendo perder e ter que ganhar a maioria dos últimos 11 jogos para se salvar, o que aconteceu em campo.

O Fluminense permaneceu invicto nas últimas 11 partidas disputadas pelo Campeonato Brasileiro, com 4 empates e 7 vitórias, sendo 6 delas consecutivas. Se considerarmos também a Copa Sul-Americana, foi uma invencibilidade total de 13 partidas, com 8 vitórias consecutivas. Das últimas 12 partidas do clube na temporada o Fluminense obteve 10 vitórias, 1 empate e 1 derrota.

Pela segunda vez consecutiva, agora em 2009, o Fluminense teve eleito por voto popular um jogador seu como o CRAQUE DA GALERA do Campeonato Brasileiro de Futebol, desta vez o argentino Conca com mais de 9.000.000 de votos (cerca de 51% do total dos votos).[55]

No Campeonato Carioca 2010, o Fluminense terminou na terceira colocação, com 11 vitórias, 2 empates e apenas 2 derrotas, 36 gols a favor e 13 contra, enquanto na Copa do Brasil, após passar pelo Confiança, Uberaba e Portuguesa de Desportos, o Flu foi desclassificado nas quartas-de-finais contra o Grêmio, perdendo as duas partidas em que jogou desfalcado de seus dois principais atacantes (Fred e Allan, os dois com crises de apendicite que os levaram a serem operarados), além de Conca no primeiro jogo e Mariano no segundo.

O Fluminense terminou a fase pré-Copa do Mundo de 2010 do Campeonato Brasileiro ao vencer o Avaí em Florianópolis por 3 a 0, em terceiro lugar, com 15 pontos, 2 atrás dos dois primeiros colocados, com 5 vitórias, 2 derrotas, 11 gols a favor e 5 contra. Dos 96 pontos disputados neste ano até essa partida, o time conquistou 67, com 21 vitórias, 4 empates, 7 derrotas, 62 gols a favor e 32 contra. O Avaí não perdia no Estádio da Ressacada há cerca de 9 meses (25 jogos).[56]

Das categorias de base, o Fluminense, que tem conquistado vários títulos, tem tirado a base dos times profissionais que têm se destacado com a camisa tricolor neste início do Século XXI.

Fluzão do meu coração VII

1975-1986: A Máquina Tricolor


No bicampeonato carioca em 1975/1976, o Fluminense armou dois times repletos de craques, liderados por Roberto Rivellino. A equipe, apelidada de a Máquina Tricolor, aventurava-se em se excursões pelo mundo, conquistando um série de torneios amistosos de grande prestígio internacional . No time de 1976, o único jogador que não jogou pela Seleção Brasileira foi o atacante argentino Narciso Doval. O Fluminense teve times com campanhas melhores e elencos mais ganhadores do que os times de 1975 e de 1976, mas talvez nunca tenha tido times tão habilidosos, que lotavam estádios por onde passassem pois proporcionavam grandes espetáculos futebolísticos aos espectadores.

No Campeonato Carioca de 1975, o Fluminense classificou-se para as finais ao ganhar a Taça Guanabara contra o America com um gol de falta de Rivellino aos 13 minutos do 2º tempo da prorrogação, perante 96.035 pagantes.[41] Os adversários do tricolor na final foram o Botafogo, campeão do segundo turno e o Vasco, campeão do terceiro. No primeiro jogo das finais, o Fluminense venceu o Vasco por 4 a 1 perante 79.764 pagantes, no segundo, o Vasco venceu o Botafogo por 2 a 0 e, no terceiro, com 100.703 pagantes, o Fluminense administrou o resultado, perdendo por 1 a 0, e sagrando-se campeão carioca. A campanha tricolor teve 31 jogos, com 19 vitórias, 6 empates e 6 derrotas, 53 gols a favor e 22 contra. Os artilheiros tricolores neste campeonato foram Manfrini, com 16 gols e Gil e Rivellino, com 11 cada um.

Após a conquista da Taça Guanabara, para comemorar a contratação de Paulo César Lima que antes era o grande astro do Olimpique de Marselha, o Fluminense realizou um amistoso contra o forte time do Bayern München, base da Seleção Alemã de Futebol campeã mundial de 1974, que contava em seu elenco com jogadores como Sepp Maier, Franz Beckenbauer, Gerd Müller, Georg Schwarzenbeck, Kapelmann e a estrela nascente Karl Heinz Rumenigge. O amistoso foi em 10 de Junho, à noite, com 60.137 tricolores pagando ingressos e a administração do estádio tendo que mandar abrir os portões com o jogo já começado, pois não esperava o fluxo de público que compareceu ao Maracanã, liberando a entrada para milhares de pessoas que não pagaram ingressos. O Fluminense ganhou o jogo por 1 a 0, gol de Gerd Muller contra, resultado que não espelhou a enorme disparidade técnica do Fluminense sobre o seu oponente neste dia..[42]

Na campanha do bicampeonato em 1976, o Fluminense disputou 32 jogos, vencendo 23, empatando 7 e perdendo apenas 2, com 74 gols pró e 26 contra. O artilheiro e o vice deste campeonato foram tricolores, Doval com 20 gols e Gil com 19. O Flu classificou-se para as finais ao vencer o terceiro turno perante o Botafogo por 5 a 1 debaixo de uma enorme tempestade. Classificaram-se também para as finais o Vasco da Gama, campeão da Taça Guanabara, o Botafogo, campeão do segundo turno e o America, campeão da repescagem. Como Fluminense e Vasco terminaram empatados esta fase final, foi necessário a realização de uma partida extra para decidir este título e o Fluminense venceu por 1 a 0, com gol de Doval aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação, perante 127.052 pagantes. Neste campeonato, o Fluminense aplicou 8 goleadas tendo feito 4 gols ou mais, a maior contra o Goytacaz, por 9 a 0 em 24 de Abril.

O clube disputou a Taça Teresa Herrera em 1977 contra o Real Madrid, o Feyenoord e o Dukla de Praga, base da Seleção Tchecoslovaca de Futebol, campeão da Eurocopa. O Flu terminou campeão vencendo o Feyenoord por 2 a 0 e, na final, o Dukla, que havia eliminado o Real Madrid, por 4 a 1. Rivellino, que em 1978 deixaria o tricolor ao ser vendido para futebol árabe, foi eleito o grande nome do torneio.

O Flu chegaria em terceiro nos campeonatos cariocas de 1977 e de 1978, quarto em 1979 e seria vice-campeão do Campeonato Carioca Especial de 1979 , um Torneio Extra como existiram outros na história do Campeonato Carioca.

Em 1980, o Flu voltaria a ganhar o Campeonato Carioca com um time praticamente formado nas Laranjeiras, pois apenas dois jogadores (Gilberto, formado pelo Atlético Goianiense e Cláudio Adão, formado pelo Santos) não passaram pelas categorias de base do tricolor. O Fluminense venceu o Vasco na final por 1 a 0 gol de Edinho de falta (com 108.957 pagantes), mesmo adversário que o Flu já havia batido na decisão do primeiro turno na disputa por pênaltis, quando 101.199 torcedores pagaram ingressos.

A campanha da garotada tricolor, em 24 jogos, teve 12 vitórias, 8 empates e 4 derrotas, com 43 gols pró e 25 contra. O tricolor Cláudio Adão foi o artilheiro do campeonato com 20 gols.

O Fluminense teve ainda na década de 1980 grandes momentos de sua história, quando levantou seu único título brasileiro[43] com este nome em 1984 ao bater o Vasco da Gama nos jogos finais, no Clássico dos Gigantes mais importante realizado até hoje. A campanha tricolor teve 26 jogos, com 15 vitórias, 9 empates e apenas 2 derrotas, com 37 gols pró e apenas 13 contra. Nos dois jogos finais, o Fluminense venceu o Vasco no primeiro jogo por 1 a 0, com gol do paraguaio Romerito e empatou por 0 a 0 no segundo, perante 128.381 pagantes. A maior goleada tricolor foi nas quartas-de finais contra o Coritiba, no Maracanã, por 5 a 0, empolgando os 60.385 pagantes.

Em 1981 e 1982 o Flu não foi bem nos campeonatos cariocas, terminando-os em quinto lugar. No Campeonato Brasileiro de 1982 o time tricolor chegou em quinto lugar, perdendo a classificação para as semifinais com um gol incrível, de Tonho para o Grêmio em chute de longa distância perante 69.115 torcedores no Maracanã. No primeiro jogo empate por 1 a 1 no Estádio Olímpico e no segundo derrota do Flu por 2 a 1.

Após conquistar a Taça Guanabara de 1983 em um clássico contra o America em que venceu por 2 a 0 com dois gols de Assis, perante 79.275 pagantes, o Fluminense se classificou para as finais contra o Flamengo, campeão da Taça Rio e contra o Bangu, time que mais pontuou no campeonato. O Fluminense empatou com o Bangu por 1 a 1, venceu o rubro-negro por 1 a 0 com um gol de Assis[44] aos 45 minutos do segundo tempo em jogo disputado debaixo de muita chuva, perante 83.713 pagantes. Como o Flamengo ganhou do Bangu por 2 a 0, sagrou-se campeão carioca. A campanha tricolor teve 24 jogos, com 13 vitórias, 6 empates e 5 derrotas, com 31 gols pró e 13 contra. O artilheiro tricolor foi Assis, com 11 gols e o segundo o centro-avante Washington, com 8, jogadores que formavam uma dupla pelo seu ótimo entendimento conhecida como o Casal 20, nome de famoso seriado de televisão desta época.

No Campeonato Carioca de 1984, o Fluminense chegou ao bicampeonato após 24 partidas, com 16 vitórias, 5 empates e 3 derrotas, 40 gols pró e 16 contra, com Romerito sendo o artilheiro tricolor com 11 gols. O time tricolor classificou-se para as finais por ter sido o clube que mais pontuou durante o campeonato, contra o Flamengo, campeão da Taça Guanabara e o Vasco, campeão da Taça Rio. Nas finais o Fluminense venceu o Vasco por 2 a 0 perante 94.123 pagantes e o Flamengo por 1 a 0, perante 153.520, de novo, com gol de Assis, desta vez aos 30' do 2º tempo.

O Fluminense chegou ao seu terceiro tricampeonato estadual em uma final contra o Bangu em 1985, em que ganhou de 2 a 1 perante 88.162 pagantes, com gol de Marinho para Bangu aos 4 minutos do 1º tempo e no segundo, com gols de Romerito aos 18 minutos e Paulinho de falta, aos 31, conquistou o título. A campanha tricolor neste ano teve 24 jogos, com 15 vitórias, 7 empates e apenas 2 derrotas, com 32 gols pró e 12 contra. O Fluminense classificou-se para as finais ao vencer a Taça Guanabara[45] contra o América por 1 a 0, com gol de Romerito aos 38' do 2º tempo perante 47.160 espectadores, disputando depois o título máximo contra o Flamengo, campeão da Taça Rio e contra o Bangu, time que mais pontuou durante este campeonato. No primeiro jogo das finais¨, contra o Flamengo houve empate por 1 a 1 perante 95.049 pagantes e no segundo o Bangu ganhou do Flamengo por 2 a 1, levando a vantagem do empate para o grande jogo final contra o tricolor.

Na Taça Libertadores da América de 1985, o Flu não foi bem, terminado esta primeira fase em terceiro, quando classificavam-se dois para a fase seguinte. Neste ano o Fluminense, disputou em jogos de ida e volta pelo Grupo 1 contra o também carioca Vasco e contra os argentinos Ferro Carril Oeste e Argentinos Juniors, que acabou campeão desta competição, enquanto o Ferrocarril foi o outro classificado deste grupo. O Flu, em campo, obteve 3 empates e 3 derrotas mas acabou ganhando os pontos do empate de 3 a 3 contra o Vasco, que escalou irregularmente o jogador Gersinho nesta partida, mesmo alertado antes do jogo para este risco.

A partir de 1985, tempos difíceis para o Fluminense seriam organizados fora de campo, pois ao assumir a presidência da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Vianna garantiu que acabaria com "o reinado dos coloridos", pois, até então, era a dupla Fla-Flu que conquistava a maioria dos títulos cariocas. Já em 1986, foi denunciado um escândalo de manipulação de arbitragens, intitulado pela imprensa de "Escândalo das papeletas amarelas", que visava impedir o Fluminense de conquistar o tetracampeonato estadual, o que foi conseguido. Além disso, por conta de uma epidemia de dengue em seu elenco o time não pode comparecer a um jogo contra o Americano em Campos dos Goytacazes , perdendo os pontos e a possibilidade de se sagrar campeão, mesmo com as dificuldades extra-campo.

Fluzão do meu coração VII

1950-1960: Início da Era Maracanã e a Copa Rio 1952


Em 1950, o Fluminense fez um péssimo Campeonato Carioca, embora tenha ganhado todos os primeiros clássicos disputados no grande estádio,[26] exceto o disputado contra o América. Terminou o campeonato em 6° lugar. O tricolor Didi foi o primeiro jogador a marcar um gol no grande estádio, defendendo a Seleção Carioca em 16 de Junho de 1950.

O Fluminense conquistou, logo no segundo ano do Estádio do Maracanã, o título carioca, ao vencer o Bangu nos dois jogos extras. Os três últimos jogos do Maracanã (incluindo o pela última rodada do returno) contra o Bangu levaram nada menos do que 232.006 torcedores ao Maracanã,[27] em um campeonato com intensa presença de público, o que proporcionou novos parâmetros de arrecadação e investimento para o futebol carioca. Durante este campeonato de 1951, o Fluminense obteve 16 vitórias, 3 empates, 3 derrotas, 54 gols pró e 22 gols contra.[28]

Naquele ano, foi disputado o primeiro Fla-Flu no Maracanã que fez jus ao título de o Clássico das Multidões. Em 14 de Outubro de 1951, o Fluminense venceu o Flamengo por 1 a 0 perante 109.212 espectadores registrados (94.558 pagantes), num jogo marcado por um grande derrame de ingressos falsos, que segundo a imprensa da época, pode ter colocado mais de 40.000 torcedores para dentro do estádio, além dos registrados.[28]

Ainda em 1951, o Fluminense realizou dois amistosos no Maracanã contra equipes inglesas em excursão, sendo elas o Arsenal FC, que o Flu venceu por 2 a 0 em 20 de Maio de 1951 perante 43.746 espectadores (35.010 pagantes) e contra o Portsmouth FC em 3 de Junho de 1951 quando o Flu venceu por 2 a 1 com um público presente de 45.244 torcedores, sendo 37.935 pagantes. Entre 1910 e 1951, o Fluminense realizou 44 jogos internacionais, com 17 vitórias, 12 empates e 15 derrotas, com 100 gols a favor e 103 contra. Já com relação a partidas interestaduais, no mesmo período acima o Fluminense disputou 298 partidas, com 159 vitórias, 58 empates e 81 derrotas, 821 gols pró e 513 contra.

Entre os dias 12 e 22 de setembro de 1951, realizou-se no ginásio do Fluminense o primeiro Campeonato Sul-Americano de Voleibol, com o Brasil sagrando-se campeão no masculino e no feminino.

No dia 30 de Março de 1952 o Fluminense chegou na condição de líder à última rodada do Torneio Rio-São Paulo , bastando vencer o Sport Club Corinthians Paulista em São Paulo para ser campeão sem depender de outros resultados. Com a derrota por 4 a 2, sagrou-se campeã a Associação Portuguesa de Desportos.

Em Abril deste mesmo ano a Seleção Brasileira conquistaria o primeiro título oficial fora de suas fronteiras ao conquistar o Campeonato Pan-Americano no Chile. Nesta conquista o Fluminense colaborou com o técnico Zezé Moreira e com os jogadores Castilho , Pinheiro e Didi, todos titulares, além de Bigode, reserva.

No mês de Julho e com a partida final acontecendo em 2 de Agosto foi disputada por oito clubes, no Rio de Janeiro e em São Paulo, a segunda edição da Copa Rio, uma das competições precursoras do Campeonato Mundial de Clubes, tendo o Fluminense sagrado-se campeão ao empatar em 2 a 2 com o Corinthians, já que havia ganho o primeiro jogo das finais por 2 a 0. Nesta competição, o resultado mais expressivo foi a vitória por 3 a 0, com cerca de 65.000 torcedores no Maracanã,[29] sobre o Peñarol, base da Seleção Uruguaia de Futebol que havia conquistado a Copa do Mundo de 1950. Neste torneio, o Fluminense disputou 7 jogos, com 5 vitórias e 2 empates (no primeiro e no último jogo, contra Sporting e Corinthians respectivamente),[30] com 14 gols pró e apenas 4 gols contra. Esta foi a primeira conquista expressiva de um clube carioca no Maracanã em torneio que envolvia clubes de fora do RJ.

Publicou sobre o fim da Copa Rio, o Anuário do Esporte Ilustrado 1953 : "Um detalhe que acabou marcando, de forma mais expressiva a II Copa Rio, é que ela foi a segunda e última. Em verdade, não se sabe bem porquê, cinco clubes do Rio e de S. Paulo reuniram-se e resolveram forçar a C.B.D. a extinguir a Copa Rio. Deixaram a entidade máxima com um torneio internacional na mesma época, mas com outro nome e outro regulamento. Inclusive aumentando o número de concorrentes brasileiros, que agora serão quatro: dois do Rio e dois de S. Paulo. E essa fórmula nova deverá começar a vigorar agora, neste ano de 1953".

No Torneio Rio-São Paulo de 1954, o Fluminense chegou à última rodada bastando vencer o Vasco (já sem chances de título) para ser campeão, pois tinha 1 ponto de vantagem sobre o Corinthians e o Palmeiras, que disputariam o Derby Paulista no Pacaembu. Com o Maracanã recebendo cerca de 40.000 pessoas[31] (34.131 pagantes), o Vasco fez 1 a 0 com um gol de Vavá e fechou-se atrás aguentando a pressão do Fluminense até o final, enquanto, em São Paulo, o Corinthians venceu o Palmeiras por 1 a 0, sagrando-se campeão.

O maior número de partidas do Fluminense por países da América Latina aconteceu em 1956, quando o time realizou 17 partidas na Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Aruba, com 10 vitórias, 3 empates e 4 derrotas. O tricolor disputou, ainda neste ano, amistosos no Brasil. Bateu o Rosario Central da Argentina em Uberaba por 5 a 1 e, no Rio de Janeiro, fez 3 a 0 frente ao Porto com cerca de 120.000 pessoas presentes no Maracanã, naquele que seria o maior público do Fluminense em jogos internacionais, mesmo com os ingressos majorados em cerca de 50% em relação aos preços do Campeonato Carioca.

Neste período, o clube tricolor conquistou ainda o Campeonato Carioca em 1959, sendo vice em 1953, 1957 e 1960, o Torneio Rio-São Paulo em 1957 e 1960, torneio em que foi vice em 1954.

O Fluminense foi campeão invicto do Torneio Rio-São Paulo de 1957,[32] tendo conquistado o título na penúltima rodada em São Paulo, no Estádio do Pacaembu, ao vencer a Portuguesa por 3 a 1, com dois gols de Waldo Machado (artilheiro da competição com 13 gols) e um de Léo para o Flu, marcando Liminha para a Lusa. O tricolor disputou 9 partidas, vencendo 7 e obteve 2 empates, fazendo 23 gols e sofrendo 11. A maior goleada do Flu neste torneio foi sobre o Palmeiras por 5 a 1, no Maracanã, em 4 de Maio. O último jogo foi uma vitória sobre o São Paulo Futebol Clube por 2 a 1 no Maracanã, em 2 de Junho.

Em 1959, a equipe disputou 22 partidas, com 17 vitórias, 4 empates e apenas 1 derrota (para o Bangu, no primeiro turno, por 1 a 0), com 45 gols pró e apenas 9 contra (3 no empate festivo pela última rodada, contra o Botafogo). Foi campeã carioca na penúltima rodada, ao vencer o Madureira por 2 a 0. O maior artilheiro da história do Fluminense, Waldo Machado, marcou 14 gols nesta competição e foi um dos grandes destaques deste equipe, que também contava com nomes como Castilho, Pinheiro, Altair, Maurinho e Telê Santana.[33]

O Flu conquistou o bicampeonato do Torneio Rio-São Paulo em 1960 ao vencer o Palmeiras no Maracanã em 17 de Abril por 1 a 0, gol de Waldo aos 27 minutos do 1º tempo, perante 53.738 espectadores pagantes).[34] Em 9 jogos disputados,[35] o time venceu 6, obteve 2 empates e teve apenas 1 derrota, no Fla-Flu, por 2 a 1. A vitória mais expressiva foi sobre o São Paulo, por 7 a 2 em 20 de Março. O artilheiro da competição foi Waldo Machado com 11 gols.

Em Maio de 1960, o clube realizou 19 jogos na Europa, em 9 países (Inglaterra, Portugal, Bélgica, Holanda, Suécia, Noruega, Hungria, Itália e Espanha), tendo tido 13 vitórias, 1 empate e 5 derrotas na sua mais extensa excursão ao continente europeu. As vitórias mais expressivas foram contra times suecos: 11 a 0 no Istad, 10 a 0 no Osters, 9 a 0 no Combinado de Borlange. Também fez 8 a 2 no Combinado norueguês de Lyn-Skeid. O tricolor derrotou ainda clubes tradicionais como o Brighton e o Middlesbrough, da Inglaterra, o Feyenoord da Holanda, o Genova da Itália e o Valencia da Espanha. A derrota mais expressiva foi para o Sporting em Lisboa, por 3 a 0, na primeira partida da excursão. O empate foi contra o Standard de Liége, na Bélgica, por 2 a 2.

O Fluminense foi ainda campeão da Zona Sul da Taça Brasil em 1960, tendo feito com o Grêmio os jogos finais, cujos resultados foram derrota por 1 a 0 no Estádio Olímpico (gol de Elton, para os gaúchos, perante um público de 30.000 espectadores), vitória por 4 a 2 no segundo jogo (com 2 gols de Waldo, Jair Francisco e Maurinho para o Flu e 2 de Gessi para o Grêmio, jogo realizado no Estádio de Laranjeiras com ingressos majorados e estádio lotado com cerca de 20.000 pessoas, pois o Maracanã estava em passando por reformas) e, com a vantagem de empate no jogo final, o 1 a 1 (gols de Jair Francisco e Elton, com o Maracanã sendo reaberto pouco mais de 24 horas antes apenas para esta partida, ainda assim recebendo cerca de 35.000 pessoas, sendo 26.631 pagantes) garantiu-lhe o título. Para chegar a esta final, o Fluminense eliminou o Fonseca, de Niterói, com vitórias por 3 a 0 e 8 a 0 (maior goleada da história da Taça Brasil), o Cruzeiro, de Belo Horizonte com um empate por 1 a 1 e uma vitória por 4 a 1.

Tendo ganho a disputa regional, classificou-se para as semifinais do torneio nacional vindo a ser desclassificado pelo Palmeiras, que terminaria campeã deste torneio, com um empate por 0 a 0 e uma derrota por 1 a 0 no Maracanã, perante cerca de 50.000 pessoas,[36] com o Flu tendo sentido muito a ausência de seu artilheiro Waldo nestes dois jogos, e mesmo pressionando o adversário, tomou o gol da desclassificação aos 44' e 30 segundos do segundo tempo. A partir de 1962, os clubes cariocas e paulistas passaram a entrar diretamente nas semifinais, sem passar pelos torneios regionais.[37]


1961-1974: Vitórias no mundo, no Brasil e no estado


Em 1961, o Fluminense fez uma vitoriosa excursão pela Europa e pela África, pois em 10 jogos venceu 7, empatou 2 e perdeu apenas 1, para o Sporting, no primeiro jogo, por 2 a 0. As partidas foram contra o Nacional, no Cairo (Flu 2 a 1), Tanta, na cidade egípcia do mesmo nome (Flu 3 a 0), na Bulgária contra as seleções A e B deste país (1 a 0 e 1 a 1), na França contra o Olympique de Nice (7 a 2), na Itália, em Milão, contra a Inter (1 a 1), encerrando a excursão na Espanha, contra o Deportivo Espanhol, em Barcelona (2 a 1), Deportivo Málaga, em Málaga (6 a 0) e por último contra o Valencia, em Valência (3 a 2). Durante a excursão, Waldo Machado foi vendido para o Valencia, trazendo enormes prejuízos técnicos ao Fluminense. O maior artilheiro da história tricolor se transformou no segundo maior da história do Valencia e, após encerrar a carreira, radicou-se definitivamente na Espanha.

Em 1963, o Fla-Flu que decidiu o Campeonato Carioca por 0 a 0, sagrando o Flamengo campeão, bateu o recorde mundial de público de partidas entre clubes: 194.603 espectadores (177.656 pagantes). Neste mesmo ano o Flu chegou em terceiro lugar no Torneio Rio-São Paulo .

Assim com acontecera em 1951, Fluminense e Bangu terminaram o Campeonato Carioca de 1964[38] empatados com o mesmo número de pontos, sendo necessária uma melhor de três pontos (a vitória então ainda valia 2 pontos) para definir quem seria o campeão. O Flu venceu a primeira partida por 1 a 0 perante 64.014 pagantes com gol de Amoroso e o segundo e decisivo jogo por 3 a 1 perante 75.106 pagantes com gols de Joaquinzinho, Jorginho e Gilson Nunes para o tricolor, descontando Bianchini para o Bangu, sagrando-se assim campeão carioca. Na partida final, o técnico Tim mandou que o centro-avante Amoroso voltasse para buscar o jogo, no que era acompanhado por seu marcador, abrindo espaço para outros jogadores do Fluminense aparecerem na área do Bangu, surpreendendo então o time adversário. Em 26 jogos, a equipe obteve 17 vitórias, 5 empates e apenas 4 derrotas, com 48 gols pró e 17 contra. Amoroso foi o artilheiro deste campeonato com 19 gols e então iniciava-se a carreira de Carlos Alberto Torres, recém saído do time juvenil (atual júnior), que viria a ser capitão do Brasil na Copa do Mundo de 1970.

Em 1966, o Fluminense foi campeão invicto da Taça Guanabara, ainda um torneio independente do Campeonato Carioca, ao bater o Flamengo na final por 3 a 1 perante 69.730 pagantes, com 2 gols de Mário e um de Amoroso para o Flu, descontando Silva para o rubro-negro .

Entre 1952 e 1968, o Fluminense realizou 128 jogos internacionais, vencendo 75, empatando 23 e perdendo 30, com 314 gols pró e 175 gols contra. Neste mesmo período, o tricolor disputou 321 jogos interestaduais, vencendo 181, empatando 57 e perdendo 84, com 743 gols pró e 409 contra.

O time montado pelo técnico Telê Santana em 1969 deu alegrias durante três anos aos tricolores, tendo conquistado, ainda em 1970, o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, competição que seria o modelo do futuro Campeonato Brasileiro de Futebol, e sendo vice-campeão carioca no mesmo ano. No Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1970, o Fluminense obteve 10 vitórias, 5 empates e apenas 4 derrotas. O jogo final deste Torneio foi no Maracanã contra o Atlético Mineiro terminou em 1 a 1, perante 112.403 torcedores pagantes.[39] Participaram também desta fase final Cruzeiro, que o Flu venceu por 1 a 0 no Mineirão) e o Palmeiras, derrotado pelo tricolor por 1 a 0 no Maracanã. O Torneio Roberto Gomes Pedrosa foi criado em 1967 pelas federações carioca e paulista de futebol e organizado e patrocinado pela C.B.D a partir de 1968.

Na partida decisiva contra o Clube Atlético Mineiro, a torcida do Fluminense colocou uma faixa com os dizeres "Pra frente, Máquina",[40] para homenagear este grande time tricolor, apelido que passaria a acompanhar os grandes times do Flu.

O Fluminense foi ainda campeão da Taça Guanabara em 1969, ao vencer o America por 1 a 0 perante 67.492 pagantes, e, em 1971, ao vencer o Flamengo por 3 a 1, com 3 gols de Mickey. Cabe lembrar que a Taça Guanabara até 1972 foi um torneio disputado à parte do Campeonato Carioca.

Nestes anos, o Flu obteve 34 vitórias, 15 empates e 7 derrotas (4 em 1970), fazendo 90 gols e sofrendo 39 nos campeonatos cariocas, sendo que sua única derrota em 1971 foi por 1 a 0 para o Botafogo em 18 de Abril de 1971, na polêmica fase final do campeonato, com um gol de pênalti denunciado pela imprensa como irregular e que deu a vantagem do empate para o alvi-negro no último jogo da fase final. Nesta partida, o tricolor derrotou o Botafogo por 1 a 0, com um gol igualmente reclamado pelos torcedores rivais como irregular.

Na Taça Libertadores da América de 1971, o Fluminense foi desclassificado ao perder no Maracanã para o Deportivo Itália da Venezuela por 1 a 0, time este que o Flu havia ganhado por 6 a 0 em seu país. Abatido com o resultado inesperado, que praticamente teria lhe dado a classificação para a próxima fase, o time perdeu também a última partida para o Palmeiras por 3 a 1 (em São Paulo, o Flu havia o derrotado por 2 a 0), perdendo com isto a classificação. Os outros dois jogos do Flu foram contra o Deportivo Galicia (Venezuela), a quem o Flu venceu por 3 a 1 fora e por 4 a 1 no Maracanã, terminando esta edição da Libertadores em sétimo lugar.

O Flu, vice-campeão carioca em 1972, voltaria a ser campeão no ano seguinte com um time com vários jovens recém saídos das categorias de base, como Carlos Alberto Pintinho, Kléber, Marquinho (que depois seria conhecido como Marco Aurélio) e Rubens Gálaxe, liderados pelo experiente armador Gérson, o Canhotinha de Ouro. O time tricolor, em 25 jogos, obteve 13 vitórias, 7 empates, e 5 derrotas, com 36 gols a favor e 16 contra, tendo derrotado o Flamengo na final por 4 a 2 em jogo disputado debaixo de muita chuva, perante 74.073 pagantes. Manfrini foi o maior goleador tricolor e segundo do campeonato, tendo feito 13 gols. Neste ano de 1973, o clube fez a sua maior excursão à África, disputando 8 partidas neste continente, com 7 vitórias, 1 empate e nenhuma derrota, com 28 gols pró e apenas 6 contra. A maior vitória foi contra o Benfica de Luanda, quando o Flu venceu por 7 a 0 e o único empate foi contra a Seleção de Zâmbia, por 2 a 2.

Em 1974, o time chegou invicto e com a vantagem do empate ao jogo decisivo da Taça Guanabara contra o America, tendo tido sua grande atuação neste ano na vitória contra o Vasco por 5 a 1 perante 72.368 pagantes, com três gols de Gil. Após a derrota por 1 a 0 que deu o título ao America perante 97.681 pagantes , o time caiu muito de produção e terminou o Campeonato Carioca em quinto lugar.

Fluzão do meu coração VI

1925-1935: Poucos títulos e o início da era profissional


Apesar de não conquistar tantos títulos relevantes no futebol neste período, numa época em que São Cristóvão e Bangu despontavam junto com America, Botafogo, Flamengo e Vasco, o Fluminense sagrou-se vice-campeão estadual em 1925, 1927 e 1935, além de conquistar o Torneio Início em 1924, 1925 e 1927 e o Torneio Aberto em 1935, manteve-se entre os melhores nesta época, quando a sua pior colocação foi o quinto lugar em 1934.

No dia 15 de Julho de 1928, o Fluminense realizou amistoso (Flu 4 a 1) em seu estádio contra o Sporting Club de Portugal. Os fatos relevantes desta partida, é que esta foi a primeira vez que este grande clube português usou a sua camisa com listras horizontais em verde e branco, que viria a ser seu uniforme tradicional nos anos seguintes, além do tricolor ter conquistado com esta vitória a sua primeira taça internacional, a Taça Vulcain, com o Estádio de Laranjeiras completamente lotado, tendo o clube colocado mais 2.000 cadeiras na pista de atletismo para atender a enorme demanda de público, que queria assistir ao confronto do Tricolor contra um grande representante do país que até 106 anos atrás ainda era o colonizador do Brasil, partida esta que teve grandes demonstrações de patriotismo, que incluiram desfiles de bandas, notadamente as militares, além de homenagens recíprocas entre os clubes envolvidos.

No dia 9 de Março de 1930, um grave acidente de trem ocorrido quando o Fluminense retornava de um amistoso contra a Seleção da cidade de Teresópolis(RJ), matou o zagueiro gaúcho Jorge Tavares Py quando este tentou acionar os freios do vagão em que se encontrava para tentar minimizar os efeitos do acidente e causando ferimentos em todos os outros jogadores do Fluminense. Ainda assim, honrando a sua camisa, o clube levou a termo os seus compromissos naquele ano mesmo tendo um desempenho apenas satisfatório em seus jogos.

Na Copa do Mundo de 1930, Preguinho, o primeiro capitão da Seleção Brasileira em Copas do Mundo, marcou também o primeiro gol brasileiro nesta competição.
Em 1933, o Fluminense foi o principal articulador do profissionalismo no futebol brasileiro, o que redundou em muitas reações fortes, com vários clubes se posicionando contra, o que ocasionou várias divisões de ligas entre profissionais e amadoras, em vários estados do Brasil, antes que esta tese vencesse e se implantasse definitivamente neste país.

No ano de 1935, o Fluminense contratou 11 jogadores da Seleção Paulista que era bicampeã do Campeonato Brasileiro de Seleções estaduais, a principal competição de futebol durante décadas no Brasil. Não satisfeito, durante os anos que se passaram, juntaram-se aos paulistas outros jogadores de diversas origens e futebol refinadíssimo, como Brant, Russo, Hércules, Pedro Amorim, Carreiro e o artilheiro argentino Rongo (que defendia o River Plate), formando um dos melhores times de sua história.

Neste mesmo ano de 1935 o Fluminense conquistou o Torneio Aberto, competição que tinha este nome pois além dos times profissionais, possibilitava a participação de times amadores, ao vencer o América na final por 3 a 1. Cabe lembrar que nesta época havia duas ligas no futebol do Rio, uma profissional, liderada pelo Fluminense e outra amadora, liderada pelo Botafogo, que sagrou-se tetracampeão carioca com 3 títulos conquistados nesta outra liga. O Torneio Aberto era uma oportunidade de times das duas ligas medirem forças e uma tentativa dos clubes profissionais atraírem os amadores, o que acabou acontecendo em 1937 , com a pacificação do futebol carioca.


1936-1949: Supremacia



Talvez nunca, em sua história, o Fluminense tenha tido uma supremacia tão grande sobre os seus adversários como entre 1936 e 1941,[21] quando com um time repleto de jogadores excepcionais,[22] conquistou cinco campeonatos cariocas e muito se destacou nos amistosos interestaduais e na campanha que o fez terminar o Torneio Rio-São Paulo de 1940 [23] na liderança, sem que este tenha sido concluído, por abandono dos clubes paulistas.

Entre 1936 e 1941, o Fluminense obteve 90 vitórias, 21 empates e 21 derrotas (8 em 1939), com 410 gols pró (106 em 1941, recorde na história do Campeonato Carioca) e 187 gols contra (44 em 1939). Em 1939, muitos creditaram a má campanha do time ao fato de ter sido base do Brasil na Copa do Mundo de 1938 e como não voltou com o título, perdido para a bicampeã Itália, os jogadores do Fluminense, que formaram a base deste selecionado, mesmo ajudando o Brasil a conquistar um honroso e inédito terceiro lugar teria voltado muito abalado emocionalmente, vindo a perder a motivação no ano seguinte também pelo fato de ser um time com grande número de ítalos-brasileiros, em plena Segunda Guerra Mundial, época em que imigrantes italianos e seus descendentes, assim como os alemães e japoneses, sofreram perseguições e discriminação em grande parte do Brasil.

Na campanha da conquista do Torneio Municipal de 1938, o Fluminense em 16 jogos obteve 11 vitórias, 1 empate e 4 derrotas, com 39 gols pró e 18 contra, sendo campeão na penúltima rodada ao vencer o Bonsucesso por 6 a 0, em Laranjeiras.

No Torneio Extra de 1941, o Fluminense foi campeão ao vencer o São Cristóvão de Futebol e Regatas por 2 a 1 no Estádio da rua Figueira de Mello, na penúltima rodada.

Em 9 jogos o Fluminense obteve 8 vitórias e apenas 1 derrota (contra o América, por 2 a 1, na última rodada), com 40 gols pró (média de 4,4 gols por partida) e 13 contra.

O Fluminense formou uma Escola de Instrução Militar em Outubro de 1937 que durante os anos de 1940 e 1941 conquistou o primeiro lugar em eficiência e disciplina de todo o então Distrito Federal e preparou um curso de enfermagem em 1942 para auxiliar os pracinhas da Força Expedicionária Brasileira que mais tarde desembarcariam na Itália, formando 85 enfermeiras, além de doar um avião para a Força Aérea Brasileira.

Após esta fase excepcional, o Fluminense foi vice-campeão carioca em 1943 e 1949, terceiro em 1942 e quarto em 1944 e 1945.

Em 1946, conquistou o Campeonato Carioca após ao final do torneio quatro equipes terem terminado empatadas, sendo necessária uma fase final chamada de Supercampeonato para definir o título. Curiosamente o time tricolor não empatou uma vez sequer na fase inicial deste campeonato, obtendo 13 vitórias e 5 derrotas, com 74 gols pró e 36 contra. No Supercampeonato,[24] obteve 5 vitórias e 1 empate, 23 gols a favor e 9 contra. A grande estrela deste campeonato foi o grande artilheiro Ademir Menezes e o jogo final foi contra o Botafogo, com o Fluminense vencendo por 1 a 0 perante cerca de 35.000 espectadores presentes (27.094 pagantes) no Estádio de São Januário, com gol de Ademir.

A segunda conquista tricolor do Torneio Municipal aconteceu em 1948, sendo necessários 3 jogos para definir o campeão. Na primeira partida decisiva o Fluminense venceu o Vasco por 4 a 0 no Estádio de General Severiano, perdeu a segunda no Estádio da Gávea por 2 a 1 e ganhou a partida desempate por 1 a 0, com gol de Orlando Pingo de Ouro, de bicicleta, de novo no Estádio de General Severiano. Em 13 partidas o Fluminense obteve 8 vitórias, 4 empates e apenas 1 derrota, com 31 gols a favor e 14 contra.

O Fluminense conquistou também neste período três Torneios Início, em (1940, 1941 e 1943).


A Taça Olímpica


1 Taça Olímpica: 1949 ("Prêmio Nobel" do esporte).

A Taça Olímpica[25] é o mais alto e cobiçado troféu do desporto mundial. Também chamada de "Taça de Honra", tem como finalidade reconhecer anualmente, aquele que, no juízo do Comitê Olímpico Internacional, mais fez em prol do olimpismo e do esporte. Este reconhecimento é considerado o Prêmio Nobel dos Esportes. A concessão do título é feita pelo COI após rigoroso e detalhado exame dos dossiês apresentados pelos candidatos.

Para receber a honraria, o pleiteador deve ser exemplo de organização administrativa e um vitorioso nos setores esportivos, sociais, artísticos e cívicos. Um complexo de perfeição durante um ano inteiro, e escolhido como o melhor dentre os demais clubes, instituições esportivas e mesmo países do mundo, através de suas federações. O Fluminense Football Club é o único clube de futebol no mundo e única instituição brasileira que já recebeu a Taça Olímpica.

A Taça Olímpica (Coupe Olympique) foi instituída em 1906 pelo Barão Pierre de Coubertin, o criador dos Jogos Olímpicos da era moderna e foi atribuída pela primeira vez, ainda em 1906, ao Touring Club da França.


O caminho até a Taça Olímpica


O Fluminense Football Club, já em 1924, conhecedor das condições exigidas aos candidatos, enviou ao COI farta documentação, inclusive sobre a realização dos Jogos Olímpicos Latino-Americanos de 1922, um dos eventos que foram precursores dos Jogos Olímpicos Pan-Americanos e que aconteceram em suas novas instalações especialmente ampliadas para esse fim, na gestão do presidente Arnaldo Guinle (hoje patrono do clube).

O Comitê encontrava-se reunido em Paris, quando o Ministro Paulo do Rio Branco, representante do Brasil na reunião, comunicou a candidatura do Fluminense à obtenção da Taça no período 1926/1927, em reconhecimento à excelente organização dos Jogos de 1922. Apesar do apoio do próprio barão Pierre de Coubertin, o tricolor não foi feliz em sua iniciativa.

Novamente em 1936, o clube voltou a pleitear inscrição e novo dossier foi enviado ao COI, desta vez reunido em Berlim, sede da XI Olimpíada, mas o cobiçado troféu foi outorgado a outra agremiação. Com a guerra que se estendeu por todos os continentes, o Fluminense interrompeu o trabalho iniciado em 1924.

Em 1948, por ocasião dos XIV Jogos Olímpicos de Londres, nova inscrição foi solicitada. O Fluminense competia com a famosa instituição inglesa "The Central Council of Physical Recreation London", porém nosso delegado retirou a candidatura tricolor a fim de que, unanimemente, fosse concedido o prêmio aos anfitriões da Olimpíada, mas renovou a proposta do tricolor para o ano seguinte.

Finalmente, a 28 de abril de 1949 chegava a notícia da decisão tomada pelo Comitê Olímpico Internacional reunido em Roma: o Fluminense Football Club conquistara a Taça Olímpica de 1949, dando ao Brasil a sua mais consagradora vitória nos desportos mundiais. Na ocasião da merecida entrega feita pelo COI, Jules Rimet disse: "O Fluminense é a organização esportiva mais perfeita do mundo."

O Fluminense é o único clube da América Latina a ter seu nome inscrito na Taça Olímpica até hoje. O Museu Olímpico em Lausanne (Suíça), onde a taça original se encontra em exposição permanente foi construído as margens do Lago de Genebra, pelos arquitetos Pedro Ramirez Vazquez e Jean Pierre Cohen.

Fluzão do meu coração V

1902-1911: Pioneirismo


Após introduzir o futebol no Rio de Janeiro de forma organizada, Oscar Cox[13] e mais dezenove entusiastas fundaram o Fluminense Football Club em 21 de Julho de 1902. A primeira partida oficial realizou-se no campo do Paysandu Cricket Club, quando o Fluminense venceu o Rio Football Club por 8 a 0 em 19 de outubro de 1902.

Em setembro de 1903, o Fluminense fez a sua estreia em jogos inter-estaduais, disputando três jogos na capital paulista. Após enfrentar quatorze horas de viagem, dirigiu-se à campo para enfrentar o Sport Club Internacional, empatando de 0 a 0 no dia 6. Já descansado, no dia 8 daquele mês, derrotou o Club Athletico Paulistano por 2 a 1 no dia 7 e o São Paulo Athletic por 3 a 0.

No fim deste mesmo ano o Fluminense começou os esforços para fundar a Liga Carioca, o que se concretizou no dia 8 de Junho de 1905.

O Fluminense promoveu a visita do Club Athletico Paulistano em julho de 1905, tendo disputado duas partidas, nos dias 14 e 16, vencendo o primeiro jogo por 2 a 0 e perdendo o segundo por 3 a 2, com cerca de 2.500 pessoas assistindo cada partida, contando inclusive com a presença do Presidente da República, Rodrigues Alves.

Presidentes da República durante décadas compareceriam aos grandes eventos no Fluminense e alguns deles foram associados deste clube.

Em 22 de outubro de 1905, aconteceu a primeira partida entre Fluminense e Botafogo, data esta que marca o clássico de futebol mais antigo do Brasil, o Clássico Vovô. Nesta ocasião, o Fluminense venceu por 6 a 0.

A primeira partida da história do Campeonato Carioca deu-se no dia 3 de Maio de 1906, quando o Fluminense derrotou o Payssandu por 7 a 1 em Laranjeiras, perante cerca de 1.000 torcedores elegantemente trajados, seguindo o padrão desta época.


Representação do uniforme tricolor em 1910.


Entre 1906 e 1911, o Fluminense dominou amplamente o futebol carioca, vencendo 5 dos 6 primeiros campeonatos. Nestes seis primeiros campeonatos, o Fluminense obteve 43 vitórias, 5 empates e apenas 4 derrotas, com 217 gols pró e 49 contra. Em 1907, quando terminou o campeonato empatado em pontos com o Botafogo, tinha o melhor saldo de gols no campeonato e no confronto direto, tendo sido ainda campeão invicto em 1908, 1909 e 1911, neste último sem perder nenhum ponto.

Em 1911, Edwin Cox, um de seus principais jogadores, e seu cunhado, o alemão Bruno Schuback, deixaram o clube para defender o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, para onde levaram também elevados conceitos de organização, implantando algumas modificações no clube gaúcho. No final deste ano, mais nove de seus titulares saíram do clube após grave cisão, indo fundar o departamento de futebol do Clube de Regatas do Flamengo.[15] Neste ano o Fluminense, torna-se o primeiro clube do Brasil, a contratar um técnico profissional por longo prazo, o inglês Charles Williams, recrutado em Londres. Em 1907, Jack Hamilton havia sido contratado pelo Paulistano para treinar os seus times por apenas 3 meses, após o que retornou ao seu Fulham FC.
1912-1924: Tricampeonato e demonstrações de patriotismo

Enfraquecido, o Fluminense ainda encontrou forças para vencer o primeiro Fla-Flu por 3 a 2, mas já não tinha mais o forte elenco do período anterior, só voltando a conquistar um título expressivo em 1917.

No ano de 1914, o America, campeão carioca de 1913, sofreu uma crise em alguns pontos semelhantes à do Fluminense em 1911, pois setenta ex-americanos, entre jogadores e sócios, resolveram abandonar o clube, e escolheram o Fluminense como o clube a ser adotado. Neste mesmo ano, a Seleção Brasileira faz o primeiro jogo de sua história, no campo do Fluminense, derrotando o Exeter City, da Inglaterra por 2 a 0, com o tricolor Oswaldo Gomes fazendo o primeiro gol da história da Seleção, com cerca de 10.000 pessoas comparecendo ao campo do Fluminense, com a maioria assistindo o jogo de pé.

Ainda em 1914, o Fluminense criou o Departamento de Futebol Infantil, com 30 meninos oriundos do Sport Club Curufaity, que antes disto tinham pertencido ao Club Atlético Guanabara, e que tinham entre 7 e 12 anos. Em 1917 permaneceram apenas 3 garotos do time campeão Infantil de Primeiros Quadros de 1916, por conta de terem estourado a idade limite , ano em que o Infantil do Fluminense tinha 110 jogadores em todas os seus quadros do Infantil. Campeões de primeiros-quadros em 1916 e do Torneio Início em 1916 e 1917, bicampeões de segundos-quadros em 1916 e 1917, tiveram as atividades encerradas em 1918, por conta da falta de campo para jogar, já que o Estádio de Laranjeiras encontrava-se em construção, interditando o antigo Campo da rua Guanabara, que ficava no mesmo local.

Em 1915, o Fluminense amplia significativamente a sua sede, incluindo um aumento da capacidade de suas arquibancadas para 5.000 pessoas, e o Clube Atlético Paulistano, cujos ideais eram iguais aos seus, considera como sócios-temporários os sócios do Fluminense de passagem por São Paulo.

O Triênio de 1917 a 1919 foi repleto de acontecimentos significativos. Em 2 de outubro, a Confederação Sul-Americana de Futebol indicou o Brasil como sede do Campeonato Sul-Americano de Seleções de 1918. Como o governo brasileiro não tinha condições de realizar um evento de tal magnitude, recorreu ao Fluminense, que contraiu vultoso empréstimo junto ao Banco do Brasil, além de receber grandes contribuições de seus abastados sócios e de seus torcedores. Em função da epidemia de Gripe Espanhola em vários países da América do Sul, este campeonato acabou sendo transferido para o ano de 1919. Finalmente, no dia 11 de Maio deste ano, o Estádio de Laranjeiras,[18] com capacidade prevista para 18.000 espectadores era inaugurado na vitória da Seleção do Brasil sobre a do Chile por 6 a 0, e logo no primeiro jogo a lotação atingiu a marca de 25.000 pessoas.

O Fluminense foi tricampeão carioca em 1917, 1918 e 1919 [19] tendo disputado 54 partidas nestes campeonatos, vencendo 44, empatando 5 e perdendo apenas 5, fazendo 178 gols e sofrendo 56, o mesmo número de gols marcados por seu artilheiro Henry Welfare neste período.

Nos Jogos Olímpicos de 1920, o atleta tricolor Afrânio Antônio da Costa ganhou a primeira medalha olímpica da história para o Brasil, ao levar a medalha de prata na competição de tiro. Ainda neste dia, Afrânio e o também atleta tricolor, Guilherme Paraense, fizeram parte da equipe brasileira que conquistou a medalha de bronze por equipes na modalidade tiro-livre-pistola ou revólver, tendo ainda nesta Olimpíada Guilherme Paraense conquistado a primeira medalha de ouro para o Brasil.

Ainda em 1920, o Fluminense trouxe para o Brasil o técnico de basquete norte-americano, de Ohio, Fred Brown, de uma Associação Cristã de Moços daquele país, que criou um curso formador de técnicos e implantou bases para a organização deste esporte no Brasil, tendo sido inclusive o primeiro técnico da Seleção Brasileira de Basquete e conquistado o primeiro título disputado por esta seleção, os Jogos Olímpicos Latino-Americanos, tendo o Fluminense contribuído com cinco atletas nesta ocasião.

Em 1922 o Fluminense, sem contar com o apoio do governo brasileiro que prometeu dividir os custos das competições e sem que este tenha cumprido a sua promessa, promoveu o Campeonato Sul-Americano de Seleções e os Jogos Olímpicos Latino-Americanos, um dos jogos precursores dos Jogos Pan-Americanos, como os grandes eventos comemorativos do Centenário da Independência do Brasil. Os altos custos na adaptação de sua sede se refletiu nos resultados do futebol durante muitos anos, já que o Fluminense após ganhar o Campeonato Carioca de 1924 só iria conquistá-lo novamente em 1936. Na campanha vencedora de 1924, o tricolor obteve 12 vitórias, apenas um empate e uma derrota, fez 54 gols e sofreu 19, e com seu artilheiro Nilo marcando 28 vezes. Entre muitas outras melhorias realizadas no clube em 1922, o Estádio de Laranjeiras foi ampliado para receber 25.000 espectadores.

Praticado no Brasil desde a segunda metade da Década de 1910, o Voleibol começou a se organizar no Brasil em 1923, pela iniciativa do Fluminense em promover um torneio aberto reunindo os clubes filiados à Liga Metropolitana de Desportos Terrestres.

Fluzão do meu coração IV

Sedes do clube

O Fluminense Football Club obteve sua primeira sede no dia 17 de outubro de 1902. A instalação inicial do clube tinha como endereço a Rua Guanabara, a atual Pinheiro Machado, esquina com a Rua do Roso, a atual Coelho Netto, no bairro carioca de Laranjeiras. O Fluminense alugava o terreno do Banco da República por cem mil réis.

Porém, a primeira opção dos fundadores do Fluminense, era um terreno na Rua Dona Mariana, mas a proposta foi recusada pelo proprietário.
Só um ano mais tarde o terreno foi nivelado. Na época, a máquina niveladora e a de cortar grama eram puxadas por um burro. Para preservar o trabalho já feito, o animal era sempre cuidadosamente calçado com luvas de veludo nas quatro patas. "Faísca" ficou então famoso e conhecido como o "burro mais elegante do Rio de Janeiro".

Mais tarde o terreno foi comprado por Eduardo Guinle e imediatamente começaram as obras para a construção da sede. Antes ela era uma pequena casa branca que servia de moradia para o vigia. Após a instalação de água e banheiro, o Fluminense já pagava o dobro do aluguel.

Em 14 de agosto de 1904, foi realizado o primeiro jogo interestadual no campo da Rua Guanabara, contra o Paulistano. Este foi o jogo inaugural da nova praça de esportes no Rio de Janeiro e a diretoria do Fluminense mandou construir uma pequena arquibancada de madeira para acomodar o público, cobrando os primeiros ingressos para um jogo de futebol. Além dos sócios do Fluminense e convidados presentes, foram 806 cartões passados pelos sócios e 190 entradas vendidas a não-sócios na bilheteria, com o ingresso custando 2$000 e uma renda apurada de 1:992$000.

Em 1905, Eduardo Guinle construiu, por sua conta, a primeira arquibancada em campos de futebol do Rio de Janeiro. Concluído este melhoramento, o aluguel triplicou novamente. Neste mesmo ano, mediante empréstimo feito entre os sócios, foi demolida a primeira sede e construída a segunda.

A inauguração da terceira sede, em 27 de julho de 1915, foi muito comemorada, culminando com um baile no rink de patinação, quando foi entoado o primeiro hino do Fluminense, de autoria de Paulo Coelho Netto.

Ainda em 1915, o presidente Cunha Freire construiu arquibancada privativa para os sócios e suas famílias. O plano de expansão foi completado com a construção de um novo rink, aquisição de mobiliários, instalação elétrica, aumento das arquibancadas e construção das gerais.

Em 1918, começam as reformas que vão dar origem à quarta sede do Fluminense. As obras terminam em 1920, sob presidência de Arnaldo Guinle, que contratou o arquiteto Hipolyto Pujol para projetar as dependências. Com vitrais franceses e lustre de cristal, o Salão Nobre se tornou palco de muitos shows, bailes, desfiles, óperas e balé. Ainda hoje é muito utilizado para festas, reuniões e gravação de filmes como Anos Dourados, Dona Flor e seus dois maridos, Villa Lobos, telenovelas e comerciais.

A sede é própria e hoje é tombada pelo patrimônio histórico.

Em 1961, a pedido da prefeitura e do governo estadual, parte de seu terreno foi desapropriado pela Sursan para ampliação da Rua Pinheiro Machado - uma área de 1.084m², que culminou com a demolição de uma parte da arquibancada. O Governo indenizou o clube pela perda de seu patrimônio e o Fluminense prestava novamente à cidade um serviço relevante, mesmo tendo um enorme prejuízo esportivo com esta medida.

Fluzão do meu coração III

Primeiros passos - Nasce o Fluminense Football Club


Corria o ano de 1901 e o jovem Oscar Cox voltava da Suíça, onde estudou e aprendeu a gostar de futebol. Na chegada ao Brasil foi o principal responsável pela implantação do esporte no país. Em 1 de agosto de 1901, o primeiro time formado por Oscar Cox e seus companheiros partiu para Niterói para enfrentar uma equipe formada por ingleses. Sua principal realização, porém, aconteceu na data de 21 de julho de 1902, quando, junto com mais vinte integrantes, fundou o Fluminense Football Club, em uma reunião na Rua Marquês de Abrantes, 51 – então residência de Horácio da Costa Santos.

O nome Fluminense surgiu naturalmente, sem maiores debates ou discordâncias, apesar de a idéia inicial ter recaído sobre Rio Football Club. Acabou prevalecendo Fluminense, derivado do latim "flumem", que significa “do rio”.

Graças ao pioneirismo e espírito empreendedor de Oscar Cox, que implantou, difundiu e popularizou o futebol fundando do Fluminense Football Club, o primeiro clube de futebol do Brasil, o esporte bretão se tornou uma paixão entre os brasileiros. Desde esta época o Fluminense já cumpria o seu papel de protagonista no futebol brasileiro promovendo o esporte com iniciativas pioneiras, como a promoção de partidas beneficentes.

O primeiro jogo do Fluminense Football Club foi disputado em 19 de outubro de 1902, contra o Rio Football Club, no campo do Payssandu, a primeira goleada: Fluminense 8 a 0. Em 6 de setembro de 1903, aconteceu a estréia em jogos interestaduais, com três jogos no campo do Velódromo, em São Paulo. O escrete carioca somou um empate e duas vitórias.

O público, sempre crescente, manifestava seu entusiasmo pelo futebol, o que contribuiu para o surgimento de novos clubes, fazendo, inclusive, com que em 1910 tivessem início os confrontos entre os combinados carioca e paulista. Anos mais tarde, graças à fidalguia e ao pioneirismo Tricolor, foi convocada a primeira Seleção Brasileira.

Oscar Cox, Mário Frias e C. Robinson assinavam os cartões de convocação aos interessados na reunião do dia 30 de novembro de 1901, que trataria da fundação do Rio Football Club, aquele que seria o primeiro clube da cidade exclusivo para a prática do esporte trazido da Inglaterra. Mas a idéia fracassou.

No ano seguinte, após um confronto entre os combinados do Rio e de São Paulo, na capital paulista, em que Oscar Cox deixou fora da equipe um inglês do Paissandu Atlético Clube, o barrado Mr. Makintosh, ao lado do brasileiro João Ferreira, apropriou-se do nome Rio FC e fundou o clube no dia 12 de julho.

Por isso, a convocação de Cox desta vez foi mais incisiva. O bilhete postal enviado por Álvaro Costa trazia o seguinte texto: Fluminense Foot-Ball Club. Segunda-feira, 21 do corrente, às 8 1/2 horas da noite, haverá uma reunião na Rua Marquês de Abrantes nº 51, afim de tratar-se da fundação deste club. Assinado: "A Comissão".
Os 20 participantes foram considerados sócios fundadores, "sem direito a regalias", e aclamaram Oscar Cox presidente. Assinaram a lista de presença, nesta ordem: Horácio Costa Santos (dono da casa), Mário Rocha, Walter Schuback, Félix Frias, Mário Frias, Heráclito de Vasconcellos, Oscar A. Cox, João Carlos de Mello, Domingos Moitinho, Louis da Nóbrega Júnior, Arthur Gibbons, Virgílio Leite, Manoel Rios, Américo da Silva Couto, Eurico de Moraes, Victor Etchegaray, A. C. Mascarenhas, Álvaro Drolhe da Costa, Júlio de Moraes e A. H. Roberts. A missão passara a ser encontrar um campo para jogar.

O Fluminense Football Club foi fundado na casa de Horácio da Costa Santos, na rua Marquês de Abrantes, número 51, no Rio de Janeiro. A sessão de fundação, realizada em 21 de julho de 1902, foi presidida por Manoel Rios e secretariada por Oscar Cox e Américo Couto. Oscar Cox foi escolhido o primeiro presidente do clube a partir da proposta de João Carlos de Mello e Virgílio Leite. Dessa maneira, Manoel Rios tornou-se secretário da entidade. Em 17 de outubro deste mesmo ano o clube já estava instalado em Laranjeiras, bairro nobre do Rio de Janeiro.

O Fluminense foi o primeiro clube a ser criado no futebol carioca, sendo o mais antigo entre os grandes clubes brasileiros, considerando a prática do futebol.

Inicialmente, o time de futebol utilizava uniforme nas cores branco e cinza. Todos os seus fundadores eram cariocas, mas nos primeiros anos, entre os seus sócios, havia vários estrangeiros, em sua maioria britânicos e alemães.

Em 15 de julho de 1904, após Assembleia Geral Extraordinária, o Fluminense trocou a camisa anterior pela tricolor. Passou a adotar as três cores presentes no hino composto por Lamartine Babo: verde, branco e grená, que passaram a ser as cores oficiais do clube até hoje. A primeira camisa tricolor do Fluminense foi criada em 1905, com o Flu tendo disputado a primeira partida com a sua tradicional camisa em 7 de maio de 1905, em um amistoso no qual venceu o Rio Cricket por 7 a 1.